Decisão do STF vai baratear contas de luz e telefone e reduzir arrecadação do Estado em R$ 800 mi

A decisão do Supremo Tribunal Federal que implementa a redução da taxa referente ao Imposto sobre Circulação de Serviços e Mercadorias (ICMS) nas contas de luz e de telefonia no Brasil gerará um impacto negativo aproximado de R$ 800 milhões por ano na arrecadação fiscal do Ceará.

Mesmo com possível alívio ao consumidor, decisão impõem necessidade de reestruturação do orçamento estadual, além de afetar plano de investimentos estaduais em áreas como segurança pública, educação e saúde.

Com a julgamento, o STF limitou a cobrança de 17% de ICMS sobre os serviços de energia e telefonia no Brasil. No Ceará, atualmente a alíquota praticada é de 25% para energia e 27% sobre serviços de telecomunicação.

Decisão responde ao processo movido pelas Lojas Americanas contra cobrança da alíquota de 25% de ICMS sobre as contas de energia elétrica e serviços de telefonia praticados em Santa Catarina, mas teve aplicação geral aprovada pelo STF, ou seja, impactará todos os estados do País.

A partir da implementação da redução, os consumidores poderão sentir a diferença no bolso e pagar mais barato pelos produtos e serviços de tais segmentos. Do ponto de vista fiscal, porém, o impacto anual projetado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz-CE) é cerca de R$ 800 milhões ao ano, valor é R$ 90 milhões a mais do que a última projeção de redução fiscal, revelada ontem, terça-feira, 24.

Com a queda na arrecadação, Estado precisará rever planos e metas fiscais para manter os investimentos que estavam sendo projetados com a verba a ser arrecada, já que o ICMS é a principal fonte de renda dos Estados.

No Brasil, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda, Finanças, Receita e Tributação dos Estados e Distrito Federal (Comsefaz) estima perda média de R$ 27 bilhões por ano nos cofres das unidades federativas do País.

tempo para medida entrar em vigor ainda é incerto. Diante das perdas na arrecadação, o Comsefaz articula pedido de revisão da decisão do STF. O intuito é solicitar que o teto de 17% na cobrança do ICMS seja aplicado apenas a partir de 2024 para que os estados tenham condições de reorganizar suas respectivas finanças.

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