Dentista diz que ficou desaparecido após esgotamento mental e doses de medicamentos
Sérgio desapareceu na tarde de quarta-feira (18), em Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e foi encontrado cinco dias depois
O cirurgião-dentista Sérgio Henrique Alves Paiva, de 35 anos, que ficou desaparecido por cinco dias, chama de “surto” o episódio pelo qual passou, tendo sofrido esgotamento mental e se dopado com medicamentos. O homem, que mora em Eusébio com a esposa, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi parar no município de Russas, no interior do estado.
“Quando eu estava andando, não me lembro nem sequer a altura, aí eu vi uns moto-Ubers parados, aí peguei um e pedi pra me levar no terminal rodoviário mais próximo, que no caso era o da Messejana. Aí chegando lá, me veio à cabeça de comprar alguns medicamentos, comprei uma passagem para Russas, realmente foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, entrei no ônibus, tomei esses medicamentos e simplesmente apaguei. Quando eu cheguei em Russas, eu simplesmente peguei um motoqueiro, pedi pra me levar numa farmácia, numa pousada, onde fui nessa pousada, uma pousada bem simples, não tinha essa questão de internet, cadastros, essas coisas, tomei uma carga de medicamento alta também e acabou culminando nesses dias. Basicamente dopado, vamos dizer assim, onde só me lembro de flashes”, disse ele em entrevista à equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza.
Segundo ele, a sobrecarga profissional e as preocupações com a filha, de sete meses, levaram a uma estafa mental. “Principalmente após o nascimento da Mariana, me veio aquela pressão, como somos autônomos, a Ana Paula teve que parar, de realmente eu digo, pronto, agora só sou eu, então eu tenho que provei mais, então eu tenho que trabalhar mais. Eu fui começando a chegar num limite que eu também não sabia que estava chegando”, explica.
Ana Paula, esposa do homem, diz que não esperava a proporção que o caso ganhou. O marido foi encontrado apenas cinco dias depois. “Quando ele chegou na casa da mãe dele, ele me ligou e eu não acreditava que era o Sérgio, porque eu não conseguia entender o que ele falava. Ele estava muito pálido, muito abatido, e você via que ele estava do lado, ele não conseguia falar muito bem. E no outro dia eu fui lá para trazer ele para casa.”
Ela ainda pontua que o casal tem a intenção de compartilhar a história para alertar outras pessoas para os riscos de negligenciar a saúde mental. “Muitas vezes você no dia a dia não percebe que o outro está pedindo socorro, seja homem ou seja mulher.”
Sérgio conta que agora tem a intenção de retomar o trabalho “da forma que eu sempre fiz, foi com prazer, com alegria, uma profissão que eu gosto tanto, que transforma tanto, e sabendo que eu não preciso ultrapassar meus limites para entregar o meu melhor para a minha família ou então para os meus pacientes e para as pessoas que eu conheço”.
Fonte: GC Mais