Dilma proíbe Forças Armadas de comemorar os 50 anos da Revolução/64

A presidente Dilma Rousseff determinou, sexta-feira, que não quer celebrações dos militares da ativa em comemoração aos 50 anos do Movimento Militar de 31 de março de 1964. Ela comunicou sua decisão ao ministro da Defesa, Celso Amorim, que já conversou sobre o assunto,com os comandantes militares.
Os Chefes das Forças Armadas orientaram a tropa para que se evitem comemorações em 31 de março, interna ou externamente.
A maior preocupação é com os militares da reserva.
Os chefes militares já haviam aproveitado as reuniões, antes do Carnaval, de seus Altos Comandos, que trataram, também, das promoções do final do mês,  para comunicar aos comandados que se abstivessem de qualquer tipo de polêmica sobre o assunto, para evitar choques com o Planalto. Os comandantes das forças já haviam comunicado a determinação aos seus subordinados a ordem de não serem feitas comemorações dentro e fora dos quartéis.
A data, no entanto, não será ignorada pelas Forças Armadas. No Exército, o tema será abordado com palestra e divulgação de informações para a tropa apenas para que “as novas gerações” não se esqueçam do que chamam de “fato histórico”, contextualizado à época da guerra fria.
O clima na ativa das Forças Armadas, até agora,é de total distensionamento. Não há movimentações para promover atos para exaltar a data, embora existam insatisfações em relação à condução dos trabalhos da Comissão da Verdade. Grande parte dos militares reconhece que houve avanços nos investimentos das Forças durante os governos Lula e Dilma.
Quem está na Ativa não pode se manifestar, por força do Regulamento Militar. Os da Reserva não têm tantas restrições,mas,também, estão sujeitos à algumas regras e podem ser punidos,inclusive, com prisão por declarações que forem consideradas ofensivas à presidente da República.
Jonas Deison (Sobral Online), com informações de José Carlos Werneck