Doação de órgãos: Hospital Regional Norte realiza primeira captação de coração da história da unidade
O Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) realizou, nesta quarta-feira (19), uma captação múltipla de órgãos e a primeira de coração da história da unidade. Foram reunidas duas equipes de profissionais dos Hospitais de Messejana (HM) e Universitário Walter Cantídio (HUWC) para o procedimento, realizado no Centro Cirúrgico Geral (CCG) do HRN. A Central de Transplantes do Ceará coordena as atividades de transplantes no âmbito estadual.
Além do coração, a cirurgia possibilitou a retirada de fígado, dois rins e duas córneas, procedimentos que o hospital já havia realizado este ano. Com esta doação, seis pessoas poderão ser contempladas na fila de transplantes.
“Há mais de 10 anos não fazíamos retirada de coração em Sobral. Para mim foi uma satisfação encontrar o hospital organizado, não faltou material. E isso é estimulante porque me permite pensar que realmente vamos conseguir mais órgãos doados para realizar transplantes cardíacos e de outros tipos”, ressalta o cirurgião cardiovascular e coordenador cirúrgico do transplante cardíaco do HM, Juan Mejia.
Segundo o coordenador médico da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do HRN, Francisco Olon Leite Júnior, o procedimento é um feito inédito para o HRN. “A captação do coração é bem mais complicada, pois a compatibilidade com o receptor é mais complexa. É a primeira vez, nos 10 anos do HRN, que temos este tipo de captação e estamos muito felizes em poder ajudar a salvar a vida de outras pessoas que dependem disso”, ressalta.
A sensibilização da família do doador foi realizada pela Cihdott do HRN. Pela legislação brasileira, a doação de órgãos só é realizada após a autorização familiar. “Graças ao trabalho em equipe da Comissão de Doação e Transplantes pudemos dar o diagnóstico e ao mesmo tempo apoiar a família que, em um ato de altruísmo, mesmo no momento de dor, optou pela doação e por salvar outras vidas”, finaliza o médico.