O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará encerrou o primeiro trimestre de 2017 com crescimento de 1,87% ante o último trimestre de 2016 após nove trimestres de queda. O último dado positivo havia sido no terceiro trimestre de 2014, com crescimento de 2,11%. Isso mostra início de retomada da economia cearense. Para confirmar, no entanto, é necessária confirmação no segundo trimestre. O resultado de avanço no Estado supera o do Brasil, que no mesmo período cresceu 1%. Os dados foram divulgados ontem na sede do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Todos os setores cresceram quando comparados com último trimestre do ano passado: agropecuária (10,59%), Indústria (1,81%) e Serviços (1,78). Mas em relação ao primeiro trimestre de 2016, os setores recuaram: agropecuária (-1,52%), indústria (-2,12%) e serviços (-1,26%). No Brasil, o trimestre deste ano, comparado a período imediatamente anterior, teve crescimento de 13,4% na agropecuária, com os outros setores ficando estáveis. Já ante o mesmo período de 2016, apenas agropecuária avançou (+15,2%).
Em 2016, o PIB do Ceará teve o pior resultado desde o início da série histórica, em 2002, com recuo de 5,33%. Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB do Estado se retraiu 1,4%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, a queda foi ainda mais acentuada: -4,66%. A retração no Brasil foi menor na comparação entre trimestres do mesmo período (-0,4%) e no acumulado dos quatro trimestres (-2,3%).
Quando se analisam os trimestres nos estados, o Ipece os compara com o mesmo período de 2016. Nessa base, o Ceará só não recuou mais que São Paulo (-1,9%). Foi observado recuo ainda do Estado da Bahia (-1,1%) e estabilidade no Espírito Santo (0%) e no Rio Grande do Sul (0%).
Flávio Ataliba, diretor-geral do Ipece, lembra que os dados do Ceará poderiam ter sido melhores caso a pesquisa já tivesse inserido os dados do impacto da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) nos resultados apresentados. Mas como a base do Ipece é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os desempenho da CSP só será visto nos estudos a partir de 2018.
Sobre o nível de emprego, última variável a responder a uma retomada da economia, Ataliba diz que primeiro o empresário e o consumidor precisam retomar a confiança para que a demanda e a produção voltem a crescer.
BEATRIZ CAVALCANTE