Ex-gerente de banco no CE é condenado a 630 anos de prisão por fraude

A Justiça condenou em primeira instância três pessoas envolvidas em um esquema de fraude no Banco do Brasil, em Acopiara. O chefe do grupo, Cleone César Bezerra Piancó, que era ex-gerente de serviços da instituição na cidade, foi condenado a 630 anos e 29 dias. O ex-gerente-geral, Deusimar Alves, e a ex-servidora da Prefeitura do município, Antônia Marlúcia, tiveram condenações de 92 anos e nove meses e 106 anos e dois meses de prisão, respectivamente. A decisão é do juiz David Fortuna da Mata, da 2ª Vara da Comarca de Acopiara, e foi proferida na última quarta-feira, 3.
 De acordo com o processo, 18 funcionários do banco e servidores públicos municipais estariam subtraindo valores de correntistas, bem como contraindo empréstimos exorbitantes mediante a manipulação de senhas e cartões de 30 clientes. A investigação teve início no fim de dezembro de 2013.
 O Ministério Público do Ceará (MP-CE) denunciou o grupo por peculato eletrônico, falsidade ideológica, lavagem de capitais e formação de quadrilha. Os envolvidos alegaram insuficiência de provas, obtidas por meio ilícito, sem autorização judicial, e pediram a improcedência da ação.
 Ao julgar o caso, o juiz David Fortuna condenou o trio e absolveu os outros 15 réus. O magistrado manteve a prisão preventiva de Cleone César, e negou o direito de apelar em liberdade, “em face da periculosidade do réu e do risco concreto de reiteração delitiva, bem como para assegurar a aplicação da lei penal”. Deusimar e Marlúcia tiveram o pedido de responder em liberdade atendido.
 Além disso, os três terão de ressarcir as vítimas pelos prejuízos. Os valores serão apurados em fase de liquidação da sentença. Conforme divulgou O POVO Online, o golpe teve um valor de cerca de R$ 3 milhões.
Vítima mais afetada teve prejuízo de mais de R$ 1 mi

Um agropecuário, atualmente com 82 anos, foi vítima da quadrilha. Segundo o advogado da vítima, Renato Mendonça, o idoso mantinha no banco uma conta corrente e uma conta poupança, mas só depositava dinheiro na poupança. O chefe do esquema pegava o dinheiro e forjava extratos falsos, enganando a vítima. Quando Cleone se ausentou da agência, o agropecuário descobriu a farsa.

 Além do agropecuário, Renato também defende outras vítimas do caso. Segundo ele, o idoso teve um prejuízo estipulado em torno de R$ 1 milhão e 500 mil, mas já foi restituído em R$ 800 mil.
Com Informações do Jornal O POVO