Ex-presidente Temer avalia risco de golpe de Bolsonaro em eventual derrota em 2022
O ex-presidente Michel Temer (MDB) avalia que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode tentar um golpe em uma eventual derrota nas eleições de 2022. Na visão do emedebista, seria uma reação parecida com a do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ao ser derrotado por Joe Biden incitou uma invasão ao Congresso americano, em 6 de janeiro. A informação é da coluna de Kennedy Alencar, no portal UOL.
Temer acredita que o caminho é prestigiar os militares da ativa e da reserva que resistem às tentativas de intervenção do atual presidente nas Forças, como o general da reserva e ex-secretário do Governo Bolsonaro, Carlos Alberto dos Santos Cruz. Em consonância, os ex-presidentes Lula (PT) e FHC (PSDB) defendem que seus partidos fortaleçam os laços com militares legalistas e ex-bolsonaristas arrependidos.
Temer acredita que a maioria dos militares da ativa não compactuariam com um golpe, caso Bolsonaro fizesse essa investida, mas pondera que é preciso estar vigilante. “Em resumo, os três ex-presidentes consideram que é melhor não esticar a corda, que seria tudo o que Bolsonaro desejaria para tentar quebrar o período democrático que o Brasil vive desde 1985, quando acabou a ditadura militar de 1964”, escreve o jornalista.
A resistência se volta para o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chegou a repudiar publicamente a decisão do Exército de não punir o general da ativa Eduardo Pazuello pela participação em um ato político pró-Bolsonaro: “vergonha”, escreveu em seu perfil no Twitter.
VERGONHA!
Fui surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello. Sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem não disse nada. Por vergonha.Texto completo no linkhttps://t.co/Fmggbu4H47
— General Santos Cruz (@GenSantosCruz) June 4, 2021
O colunista comenta ainda que a não punição de Pazuello parece atender a uma vontade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que demonstra poder sobre as decisões do Exército. No entanto, a omissão do Alto Escalão, sob o comando do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, desagradou a Marinha e a Aeronáutica, além de setores do próprio Exército.