Falta de água | Forquilha começa a viver o racionamento

O Açude que abastecia esta cidade do Norte do Estado, hoje não passa de um fio de água completamente verde, com 1,8% de volume, representando a gravidade a que chegou o abastecimento hídrico no município de 24 mil habitantes, a maioria moradores da sede, onde o colapso se estabeleceu. Como o pouco de água que ainda sai das torneiras é impróprio para o consumo, a única alternativa é a busca por água potável logo cedo. Dos doze pontos para coleta de água doce na cidade, apenas um está em funcionamento. Os outros possuem água salobra, impossibilitando o aproveitamento, tanto para beber quanto para cozinhar.
Há cerca de dois meses, o aposentado José Ricardo da Silva passou a disputar espaço na fila da água. Pelo menos duas vezes na semana, ele se desloca em cerca de dois quilômetros até o único chafariz onde encontra água para beber. “Em todos os outros poços que foram cavados foi encontrada água salgada. Lá em casa nós ainda tentamos comprar por um certo tempo, mas nem sempre o bolso aguenta. O jeito é, vez ou outra, recorrer ao chafariz, como faz muita gente aqui”, afirmou.
Nova realidade
No início deste mês, os moradores foram convidados pelo poder público municipal para uma audiência com representantes da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e outros órgãos desse setor, para tomarem ciência da crise hídrica no Município. Entre as soluções, foi decidido pelo racionamento de água, iniciado ontem, com manobras que vão dividir o abastecimento entre a cidade, por regiões.
Outra solução encontrada para tentar minimizar o impacto da escassez de água na cidade foi ligar a água diretamente do poço à rede de distribuição, buscando aumentar a vazão e tentar melhorar o alcance às residências. O trabalho será realizado em seis poços, segundo Janilson Sousa, secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Forquilha.
O Município, com apoio do governo do Estado, iniciou, nesta semana, a perfuração de novos poços às margens do Rio Acaraú para enviar água à estação de tratamento de Forquilha para tentar nova vazão.
Dessalinizador
Ainda segundo o secretário, no ano passado, o município adquiriu três dessalinizadores, equipamentos eletromecânicos e hidráulicos responsáveis pela retirada de sal e outros minerais da água, tornando-a potável. À época, foram investidos R$ 75 mil; mas um dos equipamentos já está parado há meses, à espera de reparos. O secretário diz que a demora se deve a questões de ordem técnica, pois apenas a empresa responsável pela instalação pode fazer a manutenção do aparelho. “Uma visita já foi marcada para esta quinta-feira, para levantar toda a situação do equipamento para os reparos”, disse.
Contingência
Segundo a Cagece, além de Forquilha, os outros municípios da região Norte que já estão em racionamento de água são Hidrolândia, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Pires Ferreira, Reriutaba, Varjota e Viçosa do Ceará. Eles estão na lista de 39 municípios e localidades do Ceará em regime de contingência, formalizados junto à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce).
Com Informações de Marcelino Junior

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