Falta de sexo pode fazer mal para saúde, diz psiquiatra

Psiquiatra destaca que o efeito negativo é relacionado para quem quer ter a atividade sexual, mas por algum motivo não a realiza

O sexo é uma atividade importante não apenas para a manutenção da vida humana na Terra, mas também pode representar saúde para os praticantes. Através da atividade sexual, o praticante libera um fluxo de hormônios e substâncias que trazem sensações de felicidade e prazer. E assim como a prática sexual pode ser positiva, a ausência forçada do ato pode trazer saldos negativos. É o que explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de estudos em sexualidade da Universidade de São Paulo, em entrevista ao Estadão.

“É uma questão pessoal e de livre-arbítrio. Aqueles que não querem fazer sexo por um determinado período, se não estiverem em sofrimento, não precisam se preocupar. O problema é quando se quer fazer, porém, por inúmeros motivos, como falta de oportunidade, de um local adequado ou de um parceiro, não faz e sente a necessidade daquilo. Isso causa um sentimento de vazio, um desejo descontrolado, levando a desfechos negativos”, explica.

Esses desfechos negativos, citados pela psiquiatra como “sofrimento”, podem trazer riscos físicos e psicológicos graves. De acordo com a psiquiatra, pode haver crise de ansiedade criada pelo desejo insatisfeito, que pode evoluir para uma depressão do sistema imunológico e posteriormente do sistema nervoso central. “O indivíduo se sente mais vulnerável, sua autoestima cai, seu corpo sofre alterações e fica fisicamente mais fraco. Essa situação descrita anteriormente estimula o aparecimento de doenças bacterianas, viroses e até mesmo infecções generalizadas”, detalha.

 

Carmita Abdo afirma que muitas vezes, a pessoa que está nessa situação acaba tendo várias indagações sobre beleza e o porquê de talvez não ser interessante a ponto de não conseguir um parceiro. “Há outros desdobramentos também, como rejeitar contatos sexuais, por não ter tido êxito nas atividades anteriores e querer evitar novos vexames. É uma bola de neve, que vai ficando cada vez maior até explodir em ansiedade, depressão, vulnerabilidade imunológica e doenças físicas”, descreve.

Ela pondera ainda que existem pessoas que não se interessam por sexo, mas conseguem canalizar a libido para outras atividades, projetos e missões e, assim, obtêm os mesmos benefícios para a saúde física e mental. E há também pessoas que se desinteressam pela vida sexual em um dado momento, porque estão focadas em um projeto profissional, por questões religiosas, familiares, por falta de tempo, ou por problemas sexuais como a ejaculação precoce. “Os dois tipos de não praticantes provavelmente não terão problemas graves de saúde, pois o jejum é fruto do livre-arbítrio e não há incômodo ou sofrimento”, frisa.

FONTE: OPOVO

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