Família autoriza doação de órgãos do radialista Carlos Alberto Ritchelly
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| Carlos Alberto Ritchelly teve órgãos doados pela família |
“Adeus amigo Ritchelli
Poxa, amigo, eu torci demais para que a notícia triste que circulava nas redes sociais não fosse um fato, mas um fake. É difícil explicar como os seres felizes, de repente nos deixam desolados, lacrimejantes e com a voz desafinada. Em momentos assim, a nossa poesia perde a rima e os versos se resvalam pelos espaços vazios, como os que você deixa, e que não serão mais tão festivos como você os fazia com seu sorriso fácil, com sua comunicação entusiasmada, com sua mágica de encantar pessoas e fazer amigos. Que pena amigo, que as tecnologias ainda não nos permitam ressuscitar, reacender, voltar à vida depois do sono profundo e ansioso da morte. Pudéramos nós dispor de um carregador, poder ser formatado e voltar com novo chip e a mesma memória. A vida consegue driblar a ciência e manter sob mistério o que somente a um Deus perfeito é permitido.
Quando criança eu ficava olhando o lado de trás dos rádios, tentando encontrar as pessoas que falavam por ele, e era sempre uma tentativa vã. Contudo, amanhã, quando o som da Tupinambá ecoar pelos céus da nossa região, eu irei lembrar-me de você, e ai, talvez eu chore a dor dos desconsolados e repita a frase dos duvidosos: por que você se foi amigo Carioca, Bebeto, Ritchelim, meu amigo e recente vizinho do Boa Vizinhança?
Relatos científicos nos resumem como um misto de massa e energia, em que somente um se acaba e o outro vira saudade. Alenta-nos saber que sua energia ficará conosco e que a gente vai poder contar com sua disposição de viver e de encarar a vida como os grandes vencedores.
Você foi ali, acolá, foi rezar, buscar benção e o abraço do Pai.
Obrigado amigo por teres sido tão agradável, tão prestativo, tão radiante. Foi bom vê-lo, conhecê-lo e haver desfrutado ao seu lado de grandes momentos.
Sei que o tempo é severo, que o destino é surpreendente e que a morte é concreta, no entanto, não desistirei de olhar para Céu nas noites sem luz e contar estrelas que viram amigos no infinito de nossa saudade.
Siga em paz amigo!”
(Silveira Rocha)



