Fósseis encontrados em tanques de pedra em Itapipoca ajudam a reconstituir passado de animais pré-históricos no Nordeste
Em 1961, um grupo de pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro desembarcou em solo cearense e se dirigiu ao sítio paleontológico João Cativo, na zona rural do município de Itapipoca, a 130 quilômetros de Fortaleza. A expedição tinha o objetivo de descobrir o que vinham acumulando em seu interior, ao longo de milhares de anos, as depressões rochosas conhecidas como tanques naturais, que abundam em Itapipoca.
A resposta veio logo: lá dentro, os pesquisadores encontraram água, sedimentos e muitos fósseis. Nas décadas seguintes e até hoje, os tanques naturais da região se mostraram como uma das principais fontes de peças fossilíferas do estado.
Além de uma mina de ouro para paleontólogos, os tanques naturais têm sido usados há décadas por habitantes como cisternas naturais, uma vez que, durante a quadra chuvosa, os tanques acumulam água e a preservam por meses a fio.
Atualmente, já foram identificados mais de 100 tanques em Itapipoca e mais de 12 mil peças de fósseis – desde fósseis centimétricos até aqueles de grande porte – já foram extraídas por pesquisadores do Ceará.
Entre os fósseis encontrados nos tanques naturais de Itapipoca, estão animais extintos como mastodonte, preguiça-gigante, tigre-dentes-de-sabre, cervo-gigante e toxodonte, um mamífero de casco de porte semelhante ao rinoceronte.
São todos espécimes pertencentes à chamada megafauna, termo usado para denominar os animais de grandes proporções que habitaram a maior parte do planeta no período logo após a última era do gelo.
Fonte: G1 CE