Gasolina segue cara: postos de Fortaleza ignoram redução anunciada pela Petrobras

A redução foi implementada pela Petrobras na última segunda-feira (20); trata-se da segunda vez este ano que o valor é reduzido pela companhia

Três dias após o anúncio da Petrobras de uma redução de 4,9% no preço da gasolina para as distribuidoras, os motoristas de Fortaleza ainda não sentiram diferença nas bombas dos postos de combustíveis. A promessa de alívio no bolso virou frustração para muitos condutores, que seguem pagando os mesmos valores praticados antes da mudança.

Conforme registrado pela equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza, o preço médio da gasolina na capital cearense segue variando entre R$ 6,23 e R$ 6,39 – os mesmos valores encontrados antes do anúncio.

O assessor de Assuntos Econômicos do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), Antônio José, explicou que o impacto das reduções anunciadas pela Petrobras não é imediato e que a estatal, hoje, não é a principal fornecedora de combustível no estado. “O que a gente percebe é que os preços chegaram na distribuidora, mas para chegar no varejo é uma diferença muito grande de tempo e até de margens. Por quê? Porque a gasolina, ela de cara já tem 30% que é etanol. Então esse etanol não vai mexer”, afirmou.

Segundo ele, entre 50% e 60% da gasolina comercializada no Ceará vem de refinarias privadas ou é importada. “O consumidor tem que entender que a Petrobras tem uma influência muito importante no mercado, mas não é o principal fornecedor. A grande maioria vem de refinarias privadas e de importação, que não recebem qualquer influência da Petrobras”, acrescentou.

Consumidores observam que, se por um lado as reduções não chegam aos postos de gasolina, os aumentos implementados nacionalmente são imediatamente repassados pelos postos para o consumidor. Antônio José também rebateu essa ideia: “É um mito que se criou que se sobe imediatamente”, explicou. Segundo ele, o reajuste para cima ocorre apenas quando o revendedor “não tem mais condição de segurar o preço”, pontuando ainda que a concorrência entre os postos é o principal fator que impede aumentos abusivos.

Já a demora para a redução, diz o assessor, está relacionada ao estoque existente. “A gasolina que está aqui embaixo está cara ainda. Então, como é que ele vai baixar o preço se essa gasolina está cara? Ele tem que esvaziar o estoque para poder baixar”, explicou.

De acordo com ele, mesmo após o anúncio da Petrobras, as reduções efetivas nas distribuidoras foram pequenas. “Depois dessa mexida da Petrobras, caíram de 2 a 3 centavos. Então, totalmente diferente do que a Petrobras divulgou, mas explicado pelo que a gente falou antes. A Petrobras não é a única fornecedora, nem a principal”, concluiu.

A redução foi implementada pela Petrobras na última segunda-feira (20), fazendo com que o combustível passasse a custar, em média R$ 2,71 o litro. Trata-se da segunda redução da gasolina feita pela estatal neste ano, após quase cinco meses sem alteração no valor. A mudança passou a valer na terça-feira, segundo a Petrobras.

Fonte: Gcmais