Governo aciona AGU para apurar conteúdos falsos sobre a ilha do Marajó

Ministro determinou que o órgão identifique as redes de desinformação que divulgam notícias falsas sobre a região

O ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) providências legais contra a divulgação de conteúdos falsos sobre a Ilha do Marajó, no Pará.

“Solicitei à AGU que avalie a tomada de providências legais diante de mais uma tentativa de vincular o Marajó ao grave problema do abuso e exploração infantil. É preciso saber a quem interessa a divulgação de mentiras sobre a atuação dos governos na região”, disse o ministro por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter).

Jorge Messias, ministro da AGU, também determinou que o órgão identifique as redes de desinformação que divulgam notícias falsas sobre a região.

“Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder Público. O Governo Federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual e infantil em todo o território nacional”, disse também no X.

“Não vamos permitir a difamação de uma região por oportunistas que se valem de um grave problema nacional como o da proteção de crianças e adolescentes para alavancar interesses políticos ou financeiros”, completou o ministro Silvio Almeida, em resposta a Jorge.

Entenda a polêmica envolvendo a Ilha do Marajó

A exploração sexual infantil na Ilha do Marajó voltou à tona após interpretação da cantora Aymêe da música “Evangelho dos Fariseus”. A produção autoral foi apresentada na semifinal do programa Dom Reality na quinta-feira, 15. Depois disso, diversos famosos e influencers compartilharam o vídeo da música.

Além deles, políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro compartilharam vídeos que supostamente teriam sido feitos na ilha. No entanto, um vídeo publicado pela senadora Damares Alves (Republicanos) utilizou imagens de crianças no Uzbequistão, divulgadas como se tivessem sido capturadas em Marajó.

Em resposta, o Governo Federal condenou a utilização de vídeos falsos atribuídos à realidade da região. “A realidade de exploração sexual na região sabe-se preocupante e histórica, mas não autoriza sua utilização de forma irresponsável e descontextualizada. Isso apenas serve ao estigma das populações e ao agravamento de riscos sociais”, declarou o Ministério dos Direitos Humanos em nota.

A organização Observatório do Marajó também criticou os conteúdos falsos.

“Enquanto ministra de Estado, Damares Alves não destinou os recursos milionários que por diversas vezes prometeu para a região, para fortalecer comunidades escolares. Ao invés disso, atentou contra a honra da população diversas vezes, espalhando mentiras, e abriu tais políticas públicas para grupos privados de São Paulo”, diz a nota.

Fonte: O Povo Online