Helicóptero apreendido em combate ao crime organizado passa a ser utilizado pelas Forças de Segurança do Ceará

Logo nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (21), a Fênix 11 da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) já cruzava os céus de Fortaleza rumo à base localizada no Aeroporto de Fortaleza. A aeronave, que um dia serviu ao crime organizado, agora será utilizada a serviço da população cearense, sob o comandado de homens e mulheres que atuam na Ciopaer. As cores vermelhas e pretas originais deram lugar ao branco com cinza, que marcam a identidade visual da Segurança Pública do Ceará.

O helicóptero de modelo EC 130B4 de prefixo PR-YHB da Airbus France foi apreendido durante as investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) acerca das mortes de dois chefes oriundos de uma organização criminosa paulista, em Aquiraz (CE), cidade que integra a Região Metropolitana de Fortaleza. Com a apreensão e a representação junto ao Poder Judiciário do Ceará pelo perdimento do bem, a Ciopaer da SSPDS recebeu a autorização judicial para utilizar o equipamento. A incorporação do veículo aéreo à Secretaria da Segurança do Ceará ilustra a importância da recuperação de ativos de origem ilícita, impactando financeiramente na estrutura financeira das organizações criminosas.

“Essa aeronave será incorporada agora nas missões da Ciopaer, que possui a maior frota do Norte/Nordeste e uma das mais modernas do País. É importante deixar claro que essa apreensão é fruto de uma ação da Polícia Civil do Ceará, por meio de um trabalho de repressão qualificada. Ou seja, quando a polícia judiciária cearense vai além da investigação em torno da organização criminosa, das prisões dos envolvidos e das buscas e apreensões para colher provas, e obtém também o sequestro de alguns bens”, explica o secretário da SSPDS, André Costa, que acompanhou a chegada do helicóptero na sede da Ciopaer.

Após manutenção e com nova adesivação, a Fênix 11 agora será utilizada oficialmente nas operações aéreas em todo o Ceará. “Nós investimos em torno de R$ 900 mil na manutenção da aeronave, mas é um bem avaliado em R$ 5,5 milhões. É dessa forma que a Segurança Pública do Estado do Ceará age, com inteligência, foco na repressão qualificada e não se limitando somente às prisões, mas também tirando os bens das organizações criminosas e reinvestindo esses mesmos bens e valores no combate ao próprio crime”, reforça Costa.

O início das operações da Fênix 11 também foi acompanhada pelo delegado geral da Polícia Civil do Estado do Ceará, Marcus Rattacaso, e do delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Harley Filho. “É de suma importância acompanharmos a entrega dessa aeronave, que é fruto de uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Draco, que investigou todos os integrantes dessa organização criminosa, que são suspeitos de homicídios e tráfico de drogas no País. E claro, realizando um trabalho que gera a descapitalização do crime organizado, ao representar pelo perdimento do bem, incorporando-o ao patrimônio da Ciopaer do Ceará”, destaca Rattacaso.

Apreensão

No curso das apurações conduzidas pela Draco da Polícia Civil do Ceará, os investigadores chegaram ao helicóptero utilizado na ação criminosa – a aeronave foi apreendida em Fernandópolis, em São Paulo, no dia 1° de março de 2018. As informações foram enviadas aos policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil do Estado de São Paulo, que apreenderam o helicóptero. Depois de ser levado a Capital São Paulo, a aeronave foi recambiada para o Ceará, onde ficou apreendida até a decisão judicial da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, no dia 27 de março.

“É satisfatório vermos o resultado dessa ação, em razão do montante de um bem avaliado em mais de R$ 5 milhões, que foi retirado do crime organizado, inserido aos cofres públicos e agora se encontra voltado ao atendimento da sociedade. É algo que nos reconforta e nos dá força para continuarmos no combate às organizações criminosas”, disse o delegado Harley Filho, titular da Draco.