Homem é indiciado por criar pornografia usando IA

Oito vítimas foram identificadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, e duas delas eram amigas do suspeito

Um homem de 27 anos foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por criar imagens pornográficas e publicá-las em um site de conteúdo adulto, a partir de fotos publicadas por mulheres nas redes sociais, em Fortaleza, e de recursos de inteligência artificial.

vítimas foram identificadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). Todas são moradoras do bairro Genibaú e proximidades. Duas delas eram amigas do suspeito.

Segundo a Polícia Civil, “o material era produzido a partir de fotografias reais de mulheres, coletadas em perfis públicos nas redes sociais, sem o conhecimento e permissão delas”.

“Nas montagens, as roupas das vítimas eram digitalmente removidas, simulando nudez. Além disso, os rostos das mulheres eram inseridos em vídeos pornográficos por meio de tecnologia de inteligência artificial, técnica conhecida como ‘deepfake'”, acrescentou.

O suspeito foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de sexo, nudez ou pornografia com montagem ou adulteração, previstos no Código Penal Brasileiro, mas responde em liberdade. O inquérito policial foi enviado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público do Ceará (MPCE).

A delegada-adjunta da DRCC, Tatiana Leitão, contou à reportagem que as primeiras vítimas procuraram a Delegacia há cerca de um mês, quando tomaram conhecimento que tinham fotografias delas utilizadas em vídeos pornográficos, em um site de conteúdo adulto.

As vítimas tinham perfis abertos nas redes sociais. Duas delas eram até amigas do suspeito, que foi identificado por elas a partir de vídeos em que um homem se masturbava. Apesar do rosto dele não aparecer na imagem, o suspeito foi identificado por tatuagens.

Conforme a delegada, o homem de 27 anos não tem profissão definida e nem tem alto conhecimento tecnológico. Ele se utilizou de sites abertos de inteligência artificial para criar as imagens.

Ao ser interrogado pela Polícia Civil, o suspeito alegou que fazia as montagens para alimentar um vício em pornografia. Entretanto, ele não extorquiu as vítimas nem cometeu os crimes por vinganças, pois não foram identificadas desavenças entre o suspeito e as mulheres, segundo a delegada Tatiana Leitão.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE