IBGE aponta que o Ceará deve se tornar o segundo estado mais populoso do Nordeste

O estudo Projeções de População do IBGE utiliza dados do Censo Demográfico 2022

 

O Ceará deve se tornar o segundo estado mais populoso da região Nordeste na década de 2050, de acordo com as projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22).

Conforme os dados, a população do estado vai parar de aumentar em 2042, quando atingir o valor máximo de 9,5 milhões de habitantes. Nas décadas seguintes, a quantidade de cearenses deve reduzir e chegar aos 8,6 milhões de habitantes em 2070. Contudo, mesmo com essa desaceleração no processo de crescimento, a população do Ceará deve ultrapassar a de Pernambuco em 2058. Quando chegarem a essa fase, os dois estados terão cerca de 9,2 milhões de habitantes.

Segundo as projeções, com isso, o Ceará se tornará o segundo mais populoso do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia, que deverá ter cerca de 13,9 milhões de habitantes em 2058.

Projeções de População

O estudo Projeções de População do IBGE utiliza dados do Censo Demográfico 2022. A pesquisa mostra que a população brasileira vai começar a diminuir em 2042. Saindo da quantidade atual de 203 milhões, o Brasil deve chegar a 220 milhões em 2041 e, a partir do ano seguinte, passar por uma redução populacional até chegar a 199,2 milhões em 2070.

Para projetar a variação populacional, são considerados indicadores como a taxa de fecundidade (número de filhos por mulher), a expectativa de vida e a migração.

Embora todo o país seja afetado pelo encolhimento, esse recuo acontecerá de modo desigual entre os estados, devido ao processo de migração regional, como explica Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.

As mudanças na população do Ceará

A taxa de fecundidade no Ceará caiu de 2,58 por mulher, no ano 2000, para 1,51 no ano de 2023. Esse número de filhos por mulher deve continuar em queda. De acordo com as projeções, essa taxa deve alcançar o ponto mais baixo em 2036, com 1,41 filho por mulher, e então voltar a crescer nas décadas seguintes.

As variações nesse indicador podem ser atribuídas a uma série de transformações na sociedade. Alterações nos padrões familiares e nas decisões reprodutivas ao longo das últimas décadas, como o adiamento da maternidade, têm impacto direto nessas projeções.

O número de nascimentos no Ceará também caiu: de 169,2 mil em 2000 para 113,5 mil em 2022. Para 2070, as projeções são de 62,5 mil nascimentos por ano.

Outro fator importante é o aumento da expectativa de vida no Ceará nos últimos anos. Ela passou de 71,5 anos no ano 2000 para 77,1 anos em 2023.

Todas as faixas etárias tiveram ganhos nos anos de vida, conforme Izabel. Entre os homens, o indicador passou de 67,9 anos para 73,3 anos entre 2000 e 2023. No mesmo período, o aumento foi de 75,1 anos para 80,8 anos entre as mulheres.

FONTE: GC MAIS