Justiça confunde nomes e prende inocente no RS como acusado de estupro cometido no Ceará

O autônomo Francilício dos Santos Nogueira, de 47 anos, foi preso injustamente por estupro de vulnerável na cidade de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, no dia 4 de janeiro, após ter o nome confundido com o de um acusado pelo crime no Ceará, de nome Francilúcio. Somente do dia 8 de janeiro ele conseguiu ser solto.

A confusão entre os nomes de Francilício e o do acusado Francilúcio fez com que o Tribunal de Justiça do Ceará expedisse um mandado de prisão preventiva para o autônomo, e Francilício passou cinco dias preso no Presídio de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, por um crime que não cometeu.

“Teve todo aquele constrangimento, todo mundo da minha família ficou apavorado. Eu poderia ter sido morto, pois os presos não gostam de estupradores. Por sorte, tiveram o cuidado de me colocar em uma cela de triagem, mesmo assim tinham pessoas que já mataram, gente que eu nunca pensei conviver”, disse Francilício dos Santos.

Prisão

Autônomo teve os cabelos cortados após ser levado para o presídio. — Foto: Arquivo pessoal

No dia da prisão, Francilício estava em casa com a companheira e o filho quando policiais civis chegaram na residência informando que tinham um mandado de prisão contra ele da 12ª Vara Criminal de Fortaleza.

“Eles [policiais] entraram com tudo, apontaram a arma para mim e disseram que tinham um mandado de um crime de estupro cometido em 2010, em Fortaleza. Eu nunca nem estive no Ceará. Saí do Acre em 2005 para morar aqui no Rio Grande do Sul e nunca me envolvi com nada de errado”, relatou o autônomo.

Mesmo sem reconhecer a acusação, no documento continha o nome completo e os dados pessoais de Francilício, como o nome dos pais dele e os números dos documentos.

“Eu avisei a eles que não tinha cometido esse crime. Quando perguntaram o nome dos meus pais e o número dos meus documentos eu confirmei, aí os policiais disseram que era eu mesmo o procurado”, falou o homem.

Após a prisão, Francilício foi levado para a delegacia e no mesmo dia encaminhado para o presídio, onde teve os cabelos longos cortados, seguindo as regras do sistema carcerário. Enquanto isso, os parentes dele lutavam para provar sua inocência, o que só foi possível a partir da iniciativa dos filhos adolescente do autônomo.

“De posse do número do processo, meus filhos encontraram os autos em um site e descobriram o nome do verdadeiro acusado, que se chama Francilúcio. Meu nome completo não havia nem sido citado. Aí eles avisaram a advogada e ela constatou o erro”, disse Francilício.

Fonte: G1 CE

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