Justiça marca julgamento de policiais suspeitos de atuar em chacina com 11 mortes em Fortaleza

Vinte testemunhas serão ouvidas, entre elas, sete sobreviventes, quatro testemunhas de acusação e nove testemunhas de defesa.

Desde que ocorreu a Chacina da Messejana, há dois anos, moradores protestam contra a violência nas ruas do bairro — Foto: Arquivo pessoal. – Com informações do G1 CE.

A Justiça do Ceará marcou, para o dia 20 de junho deste ano, o primeiro julgamento de quatro policiais militares suspeitos de participação na Chacina do Curió, ocorrida há sete anos na Grande Messejana, em Fortaleza.

Segundo investigações, os quatro policiais foram responsáveis por uma morte e por outras três pessoas feridas, que sobreviveram.

Ao todo, 11 pessoas foram assassinadas por policiais militares na madrugada do dia 15 de novembro de 2015. De acordo com o Ministério Público do Ceará, os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto, no Bairro Lagoa Redonda.

Conforme a Justiça do Ceará, 20 testemunhas serão ouvidas, entre elas, sete sobreviventes, quatro testemunhas de acusação e nove testemunhas de defesa. Os quatro policiais que irão a julgamento serão interrogados. Nenhum deles está preso e todos aguardam o julgamento em liberdade.

Adolescentes e adultos entre as vítimas

As investigações realizadas pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) e do Ministério Público apontam que os policiais militares réus mataram 11 homens em quatro bairros distintos da Grande Messejana.

Quatro pessoas entre os assassinados na chacina eram adolescentes com menos 18 anos; outros três têm entre 18 e 19 anos de idade. Uma outra pessoa assassinada tem 41 anos, e apenas duas com passagem pela polícia: uma por acidente de trânsito e a outra por falta de pagamento de pensão alimentícia.