Lava Jato procura 12 por desvios na Eletronuclear; ex-deputado Aníbal Gomes é um dos alvos

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 25, a Operação Fiat Lux, novo desdobramento da Lava Jato no Rio, que mira em responsáveis por contratos fraudulentos e pagamento de propina na Eletronuclear. Entre os alvos da investigação está o ex-ministro Minas e Energia Silas Rondeau (MDB), do governo Lula (2005-2007), e o ex-deputado federal cearense Aníbal Gomes (DEM).
Aníbal é o primeiro suplente do também deputado cearense deputado Mauro Filho (PDT), que volta à Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) do Ceará em julho. Aníbal foi condenado pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de junho, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele virou réu após ser acusado de oferecer propina no valor de R$ 800 mil ao diretor da Petrobrás em 2008.
À sentença, entretanto, ainda cabe recurso ao plenário e por isso não é executada de imediato.
Agentes cumprem 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. No Rio, as atividades são realizadas na capital, em Niterói e em Petrópolis. As ordens foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
A corporação indicou ainda que a operação teve como base a colaboração premiada de dois lobistas ligados ao MDB, Jorge Luz e Bruno Luz, que foram presos em 2017 na Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato, por ordem do ex-juiz Sério Moro, à época na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Em depoimento prestado em 2017, Jorge Luz revelou ter intermediado R$ 11,5 milhões em propinas a parlamentares do MDB. No mesmo ano, apresentou à 13ª Vara federal de Curitiba uma planilha com nomes de supostos beneficiários de parte dos repasses que fez por meio do uso de offshores no exterior, identificando US$ 418 mil remetidos a Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Silas Rondeau, e Aníbal Gomes (DEM-CE).
Segundo a PF, a Fiat Lux mira em pessoas que não foram abrangidas por operações deflagradas para investigar “envolvidos na organização criminosa que sitiou a Eletronuclear”, entre elas a Radioatividade, a Irmandade e a Prypiat. Assim, a Fiat Lux tem como origem uma das primeiras fases da Lava Jato (16ª), a Descontaminação, que prendeu e condenou a 43 anos o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear. (Informações O Povo)