Mãe com câncer luta por justiça após morte do filho atropelado por motorista embriagado em Fortaleza

Ministério Público do Ceará conseguiu solicitar o indiciamento do motorista por homicídio doloso

Um trágico acidente envolvendo uma caminhonete em alta velocidade interrompeu a vida de um jovem de 18 anos e deixou sua família em dor e indignação. No bairro Meireles, em Fortaleza, Cauã Guedes foi atingido em cheio enquanto trafegava de moto com o amigo Igor Lima, de 23 anos  que sobreviveu.

O motorista da caminhonete, Rafael Elisário Ferreira, admitiu que estava embriagado e foi liberado após pagar fiança de 10 salários mínimos (cerca de R$ 15 mil), gerando revolta especialmente na mãe de Cauã, Maria Verônica, que se define como “uma mãe indignada”. Ela questiona com veemência: “Que lei é essa? Que você mata um adolescente de 18 anos com a vida pela frente e paga uma fiança de dez salários mínimos e é solto?”

Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram a caminhonete avançando em sinal vermelho, colidindo violentamente com a moto e arrastando-a por mais de 20 metros, derrubando uma árvore , cenas que chocaram testemunhas e estão sob análise da Polícia.

O sobrevivente, Igor, que ficou gravemente ferido, passou por cirurgias nos braços e pernas e falou com a equipe após ser liberado do hospital: “Depende da fisioterapia, né? Esse braço eu não consigo esticar todo… Nem esse. Esse aqui ainda não voltou o meu punho.”

O delegado responsável ressaltou no inquérito que o comportamento de Rafael ao volante demonstra “descaso e desprezo com a segurança”. No veículo, foram encontradas duas garrafas de cerveja, papelotes de cocaína e comprimidos psicotrópicos.

Com novas evidências e depoimentos, o Ministério Público do Ceará conseguiu solicitar o indiciamento do motorista por homicídio doloso , crime que prevê pena de seis a 20 anos de reclusão , mas a defesa apresentou recurso que ainda aguarda análise da Justiça.

A família e amigos de Cauã continuam mobilizados, exigindo que a morte do adolescente não seja apenas mais uma estatística. Maria Verônica, lutadora e com câncer, faz um apelo emocionado: “A morte do meu filho não pode ficar impune.”

 

FONTE: GCMAIS