Mãe da bebê Ana Beatriz é presa em flagrante após confessar o crime

Há cinco dias, a mulher alegou que a criança estava desaparecida e, depois de apresentar várias versões à Polícia, confessou o crime ao advogado

O corpo da bebê Ana Beatriz, de apenas 15 dias de vida, foi encontrado em uma sacola plástica, escondido em um armário na área da lavanderia da casa da família, ao lado de produtos de limpeza, no município de Novo Lino, em Alagoas.

A mãe da criança foi presa em flagrante após confessar o crime. Apesar da confissão da mãe, identificada como Eduarda Silva de Oliveira, 22, ainda é aguardado o resultado da perícia da Polícia Científica para a tipificação do delito e para o esclarecimento dos detalhes da causa da morte.

Diante do fato, a mulher foi autuada em flagrante e permanecerá à disposição da Justiça, devendo passar por audiência de custódia nesta quarta-feira,16. A bebê foi localizada pelas forças da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), após cinco dias de intensas buscas e investigação.

No primeiro depoimento às autoridades, Eduarda havia denunciado um suposto sequestro da filha recém-nascida. Essa versão inicial dizia que quatro homens armados em um carro preto teriam abordado a jovem e levado a bebê de seus braços. Em seguida, ela relatou outras quatro versões inconsistentes a Polícia.

“Ela apresentou cinco versões diferentes. E durante esses dias, gastamos toda a energia da Polícia Militar e da Polícia Civil para verificar cada uma das versões. Quando mostramos que não batiam com os fatos, ela inventava uma nova versão. E não tínhamos como descartar nenhuma até então”, disse o delegado Igor Diego.

Desde o desaparecimento de Ana Beatriz, todas as estruturas operacionais da Segurança Pública foram mobilizadas pela busca, mas, segundo o órgão, os diversos depoimentos inconsistentes ditos pela mãe dificultaram o andamento das investigações.

“Trabalhamos, desde o início, com todas as hipóteses. E, infelizmente, desde o primeiro dia já tínhamos a possibilidade de encontrarmos a criança sem vida. Mesmo assim, não poupamos esforços para localizar Ana Beatriz e esclarecer o caso. A mãe apresentou versões diferentes, e hoje, diante do advogado, confessou que havia matado a filha e indicou onde o corpo havia sido ocultado”, explicou o delegado Igor Diego.

Quais as versões apresentadas pela mãe da bebê Ana Beatriz?

Dentre as versões apresentadas para a morte da própria filha, inicialmente, ela disse que a criança teria se engasgado durante a amamentação.

Em seguida, ela disse que asfixiou a bebê com um travesseiro em um momento de exaustão emocional e irritação provocada por barulho externo. A mãe também falou que a criança estava doente e que cometeu o crime depois de um longo período de choro intenso.

Com a confissão e a localização do corpo, a Polícia Civil considera a fase inicial da investigação concluída. Mesmo diante da confissão, a polícia afirma que seguirá investigando.

“Qual é a verdade sobre os fatos? O trabalho da perícia é que vai dar a resposta definitiva. O caso foi totalmente finalizado pelo Estado”, disse o delegado João Marcelo.

Depois de cometer o crime, a mulher teria embalado o corpo da criança. Segundo a SSP, ela não soube explicar como ou por quem o corpo da Ana Beatriz foi ocultado.

Conforme o órgão, a principal linha de investigação indica que outra pessoa poderia ter ocultado o cadáver no armário enquanto a casa estava vazia, durante a madrugada da última terça, 15. O delegado afirma que o local havia sido inspecionado anteriormente com o auxílio de cães farejadores sem que a bebê fosse localizada.

“Esse elemento reforça a possibilidade de que o corpo tenha sido levado posteriormente ao local. A investigação vai continuar para apurar todos os detalhes, inclusive se alguém ajudou na ocultação”, comentou o delegado.

Durante uma coletiva sobre o caso, o tenente Ascânio, do Corpo de Bombeiros, afirmou ser improvável que a bebê estivesse no local nos dias anteriores e ressaltou a precisão dos cães da corporação.

“São cães e cadelas treinadas, que encontram objetos enterrados a dois metros de profundidade. É praticamente impossível que o bebê estivesse lá no dia de ontem”, argumentou o tenente. As informações foram repassadas na coletiva de imprensa concedida no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Novo Lino.

Fonte: O Povo Online