Morre o artista visual e arquiteto cearense Marcos Martins, aos 51 anos
Causa da morte não foi divulgada
Faleceu nesta quinta-feira (18), aos 51 anos, o artista visual e arquiteto cearense Marcos Martins. A informação foi confirmada por meio de nota oficial do Instituto Cultural Iracema (ICI), que lamentou profundamente a perda e ressaltou o legado deixado por Marcos no campo da arte contemporânea. A causa da morte não foi divulgada. “O Instituto se solidariza com familiares, amigos, colegas e admiradores do artista, cuja trajetória seguirá como referência na arte contemporânea”, publicou a instituição. Marcos Martins era conhecido por sua atuação como artista visual, arquiteto e professor universitário. Autodenominado “bioconstrutor poético”, ele dedicou sua carreira à investigação de práticas decoloniais da arquitetura e do corpo, estabelecendo um diálogo contínuo com os espaços urbanos e com a natureza. Sua produção artística refletia um pensamento crítico sobre os modos de ocupação e transformação dos ambientes construídos nas cidades.
Com sólida formação acadêmica, Marcos era mestre e doutor em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Desde 2010, integrava o corpo docente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde atuava como professor do Departamento de Artes Visuais. Além disso, exerceu o cargo de gestor da Galeria de Arte e Pesquisa (GAP) da universidade em dois períodos: de 2010 a 2014 e entre 2018 e 2019.
Em nota oficial, a Ufes expressou pesar pela morte do professor e destacou sua contribuição ao ensino, à pesquisa e à arte brasileira. “Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade aos familiares, amigos e amigas do professor”, diz o comunicado. Marcos era reconhecido entre alunos e colegas pela sensibilidade artística e pelo engajamento crítico em suas produções.
Em Fortaleza, cidade onde nasceu e desenvolveu grande parte de sua trajetória artística, Marcos realizou performances, instalações e intervenções urbanas que abordavam a presença do corpo no espaço público. Suas obras frequentemente exploravam as relações entre arquitetura, paisagem e identidade, tendo como foco as transformações e tensões sociais que permeiam os centros urbanos.
Participou de diversas exposições individuais e coletivas em várias regiões do Brasil, incluindo duas edições importantes do Salão de Abril — a 75ª e a 76ª — realizadas no Centro Cultural Casa do Barão de Camocim. Marcos também contribuiu ativamente com o cenário cultural cearense por meio de oficinas, cursos e projetos formativos voltados para a arte contemporânea e a criação interdisciplinar.
Ainda em 2025, o artista integraria o corpo docente do Poéticas Contemporâneas, primeira formação de longa duração em Artes Visuais da Vila das Artes, em Fortaleza. O projeto visava reunir artistas e educadores para aprofundar práticas e debates sobre a arte atual, reafirmando o compromisso de Marcos com a formação artística e o pensamento crítico. A morte de Marcos Martins representa uma perda significativa para a arte brasileira. Seu trabalho, marcado pela sensibilidade, experimentação e consciência política, deixa uma contribuição duradoura para as artes visuais, para a arquitetura e para o pensamento decolonial no Brasil. Sua trajetória seguirá como inspiração para novas gerações de artistas, professores e pesquisadores.
Fonte: Gcmais