
Sua imagem ficou marcada pela sua cabeleira extravagante, que lembrava o cantor de reggae Bob Marley, embora ultimamente já andasse com um corte rebaixado. De fato, ele era uma figura conhecida pela cidade, principalmente nos grandes eventos, ou quando militava em campanhas políticas, tremulando a bandeira de algum candidato por aí. Entretanto, era o seu gesto de usar os seus parcos recursos financeiros para alimentar os animais abandonados, ou não, como era o caso dos pombos, sempre presentes em revoada ao Parque da Cidade, em hora marcada, à espera das porções do alimento distribuído por Marlove, que o fazia admirado e injustamente taxado de louco.
Quando cheguei em Sobral, em 2001, fui vizinho da sua família e o conheci como Marlon. Depois me mudei da rua, mas vez por outra o encontrava pela cidade e batíamos breves papos. Em suas conversas, a sua preocupação era sempre a mesma, os maus- tratos sofridos pelos animais abandonados, principalmente os gatos. Certa vez, em junho de 2011, o encontrei muito desolado e revoltado, foi quando ele me relatou de uma matança de 18 de felinos, massacrados de forma cruel no seu bairro.

Sensibilidade

Que em breve, tenhamos uma cidade livre de animais abandonados, que tenhamos cidadãos conscientes e não desovem as crias dos seus animais de estimação na via pública. Que a nova gestão chame para si esta responsabilidade de caráter ambiental, pois está na lei, uma vez que abusos e maus-tratos contra animais configuram crime ambiental, Artigo 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 – Lei de Crimes Ambientas. Que dias melhores cheguem para os animais abandonados, que os voluntários e simpatizantes da causa sejam apoiados, só assim as ações de Marlove/Marlon/Humberto, em defesa dos animais abandonados de Sobral, terá valido a pena. Descanse em Paz.Com Informações do jornalista Vanderley Moreira