Mulheres do sistema de segurança do Ceará: mães que inspiram
A figura de mãe tem sido inspiração desde o início do mundo. Pinturas rupestres já ilustravam a maternidade antes mesmo do mundo que conhecemos hoje. Artistas como Michelangelo e Picasso, que também produziram artes sobre o tema, cada um com seus estilos particulares, mas todos com um único objetivo: representar da melhor forma as mulheres que dão a luz à vida.
Por falar em inspiração, não é difícil encontrar histórias de mulheres que compõem o sistema de segurança cearense e que trazem uma trajetória de vida que serve de pilares para a construção de vida de seus filhos. Uma dessas mulheres é a coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Francisca Asmenha. Mãe e oficial da instituição desde o ano de 1994, Asmenha se tornou a segunda mulher coronel da história da PMCE, posto mais alto do oficialato, após promoção feita pelo governador Camilo Santana no último dia 27 de abril. Atualmente, a oficial é comandante e diretora-geral do 1º Colégio da Polícia Militar General Edgard Facó, 1º CPMGEF, em Fortaleza.
“Independente da patente atingida, o sentimento sempre é de felicidade. Hoje, ao conquistar o último posto no oficialato da PMCE, sinto-me lisonjeada por ser inspiração para outras mulheres não só na Corporação, mas também em outras áreas de atuação, por exemplo: professoras, empreendedoras, acadêmicas etc. Nós mulheres somos capazes de exercermos qualquer profissão, inclusive as de liderança”, disse.
Mas além de ser a segunda mulher coronel do Ceará, Asmenha também é mãe da Iara, de 24 anos. “Eu tenho somente uma filha, que se chama Iara e é cirurgiã dentista. Desde sempre, eu a orientei que o sucesso na vida seria alcançado através dos estudos, aliados à disciplina, responsabilidade, honestidade e justiça em todas as ações praticadas. O meu legado para ela é de nunca desistir dos seus objetivos, não se deixar vergar pelos infortúnios que a vida lhe trouxer”, ressalta.
Com seu jeito bondoso e simpático, ela descreve o sentimento de ser mãe. “O sentimento de ser mãe é único, pois carregamos e nutrimos em nosso ventre os filhos antes mesmo deles conhecerem o mundo. É a convicção de sermos para sempre o mesmo ser”, reforça.
Mãe em tempo integral
Outra oficial militar que também é mãe e merece destaque é a capitã do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Priscilla Melo. Militar da instituição desde o ano de 2006, a capitã atua como controladora de turno na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), cursa medicina e é mãe do pequeno Josué, de dois anos de idade.
“O ser mãe é tempo integral, pois se não estou com ele (meu filho) presencialmente, estou sempre informada sobre o que está acontecendo com ele. E, quando estou com ele presencialmente, tento valorizar ao máximo esse tempo, devotando atenção plena para ele. Esqueço celular, afazeres domésticos etc. Ele se torna o centro da minha atenção”, disse.
Mas como toda mulher que já deu à luz sabe, a vida de ser mãe e conciliar as demais atividades diárias não é fácil. A capitã destacou isso em sua fala. “Confesso que os primeiros meses de vida dele foram muito difíceis para mim e afirmo que só pude superá-los porque tive muito apoio familiar. Minhas amigas que já eram mães também me ajudaram muito, compartilhando suas experiências ou apenas me escutando ativamente. Por isso tenho convicção de que a maternidade me tornou uma pessoa muito melhor, mais antifrágil, mais empática e mais humana. A alegria que tenho quando ele me vê e corre para o meu abraço dizendo: ‘mamãe chegou!’ é indescritível. Ele é um presente que chegou para toda a família e sou muito grata a Deus por ele em minha vida”, revela.
Quando perguntada sobre as lições tiradas a partir da maternidade para a vida, ela responde: “todas as atividades que me propus a exercer são preciosas demais para mim e acabam me dando o incentivo de que preciso para continuar nessa rotina que, sim, exige bastante amor, foco, determinação, organização e disciplina, além de muita compreensão e apoio por parte dos familiares. Ser mãe potencializa o que há de melhor em mim. A maternidade me desafia continuamente a me aperfeiçoar como pessoa, e penso que essa é a base para ser, também, uma profissional melhor”, pontua.
Mãe e filha: a mesma carreira
Mãe e filha, inspetoras da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Assim são Helena Guilherme e Flavia Novaes, ambas lotadas na Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), instituição vinculada à SSPDS.
Helena está na instituição desde 1993, tendo passado por diversas delegacias como as Regionais de Aracati, Baturité, Itapipoca e Quixadá, e a Municipal de Beberibe. Atualmente, ela trabalha na Aesp exercendo a função de Assessora Especial de Gabinete, além de ministrar aulas na academia e participar de operações da própria Polícia Civil. Ela é mãe da Flávia, que também é inspetora.
As duas compartilham do mesmo amor pela carreira policial, que Helena acredita ter nascido a partir da sua escolha em ser policial. “Minha filha é inspetora desde 2014. Acredito que por eu e o pai dela sermos da PCCE (ele é delegado), ela tenha de alguma forma desenvolvido esta vontade de ser policial também”, revela.
Flávia, que hoje também é mãe, não poderia deixar de declarar o seu amor neste dia. “Minha Mãe sempre foi um exemplo de mulher forte, batalhadora e ótima profissional, além de uma mãe maravilhosa! Nesse dia só posso agradecer por tudo o que ela representa para mim, por tudo o que ela fez e continua fazendo para ser esse exemplo de mulher resiliente, dedicada e amorosa. Hoje sou mãe, e tudo o que peço a Deus é que consiga ser pelo menos a metade da mãe que ela é”, disse.
Como mulher fonte de inspiração para gerações seguintes, Helena aproveita para deixar uma mensagem a todas as mães do sistema de segurança: “mãe é beleza, força, coragem e amor incondicional. É reflexo do amor divino que irradia nos seres humanos. Acima das profissões e títulos, querem apenas ver os filhos crescerem felizes e se esforçam para deixá-los voar na medida que crescem e aprendem. A todas as mães da Segurança Pública, exemplos de mulheres guerreiras, persistentes e profissionais, meu feliz Dia das Mães”, pontua.
A missão de ser mãe
Detalhes que podem solucionar crimes complexos. O trabalho da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) é minucioso e interessante. Entre os profissionais que fazem essa instituição está a perita legista, Ana Cláudia de Menezes. Atualmente ela trabalha no setor de DNA Forense. Mãe de dois filhos, Isadora e Emmanuel, de 22 e 11 anos, respectivamente, ela é servidora desde 2006.
A perita relembra como foram os primeiros passos para ingressar na Pefoce, quando à época, ela já era mãe de Isadora. “Eu fiquei feliz de ter aberto uma vaga de perito farmacêutico, o que eu achei uma benção. Eu já tinha estudado para outros concursos, e já era mãe”. Ela comenta que desde criança já se encantava com o trabalho de investigação. “Eu já vinha vislumbrando essa coisa de ser perita. Lembro que quando eu era criança, tinha um jogo chamado detetive e eu achava o máximo. E assim comecei a me interessar por investigação”, revela.
Ela aproveita para fazer um paralelo entre os papéis de ser profissional de segurança e de mãe. “Quando eu sirvo da melhor forma a sociedade, a minha missão, como eu costumo dizer aqui entre os colegas, eu trago a verdade dos fatos, contribuindo cientificamente para que a justiça seja feita. E quando a gente desempenha essa missão aqui e em casa, não há nada mais gratificante. É ser mãe lá e também ser mãe aqui também. Ser mãe do trabalho bem feito, ser mãe com a verdade sendo revelada”, destaca.
Ela fala que os filhos são os pilares de sua vida e fala algo bem a cara de mãe, mas que traz consigo uma carga de verdade imensurável. “Ser mãe, eu acho que é o meu melhor papel. A minha mola mestra é dar aos meus filhos mais do que eu tive. Mais conforto, mais atenção, mais estudo, mais saúde e mais alegria. Então tudo que eu faço, a inspiração é exatamente eles”, revela.
Por fim, Ana Cláudia deixa sua mensagem a todas as mães iguais a ela. “Quero parabenizar a todas e dizer da minha admiração. Todo o nosso trabalho é interligado e por um bem maior, que é a sociedade como um todo. É um trabalho de luta, de perseverança e de consciência da nossa missão social”, finalizou.