Nasa anuncia conversão de ar rarefeito de Marte em oxigênio respirável por seres humanos

A Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) anunciou, nessa quarta-feira (21), a realização de um feito inédito: a conversão de dióxido de carbono da atmosfera do planeta, de ar rarefeito, em oxigênio puro e respirável. O processo ocorreu em sua missão mais recente a Marte.

A extração de oxigênio foi feita na terça-feira (20) por meio de um dispositivo experimental a bordo do jipe espacial Perseverance. Após sua primeira ativação, o instrumento, chamado de Moxie, produziu cerca de cinco gramas de oxigênio, o que equivale a cerca de dez minutos de ar respirável para um astronauta, conforme a Nasa.

Apesar de a produção inicial ter sido modesta, o feito salientou a primeira extração experimental de um recurso natural do meio ambiente de outro planeta para uso direto de seres humanos.

“O Moxie não é só o primeiro instrumento a produzir oxigênio em outro mundo”, pontuou Trudy Kortes, diretora de demonstrações tecnológicas do Diretório de Missão de Tecnologia Espacial da Nasa. A diretora classificou o mecanismo como primeira tecnologia do tipo a ajudar astronautas a “viverem dos frutos da terra” de outro planeta em missões futuras.

O QUE É O MOXIE

Moxie, aparelho da Nasa que chegou a Marte
Foto: Nasa/JPL-Caltech

Do tamanho de uma torradeira, o Moxie é uma abreviação de Experimento de Utilização de Recurso de Oxigênio Marciano In-Situ. O dispositivo chegou ao Planeta Vermelho no dia 18 de fevereiro, após viagem de sete meses por meio do Perserevance.

O mecanismo funciona por eletrólise, utilizando o calor extremo para separar átomos de oxigênio de moléculas de dióxido de carbono, que representam cerca de 95% da atmosfera de Marte. Lá, o oxigênio só existe em quantidade pequena.

MISSÃO DO PERSERVERANCE

O robô enviado a Marte deve fazer extração de 30 rochas e amostras do solo marciano, as quais devem ser enviadas à Terra em 2030. A missão deve durar dois anos, embora haja probabilidade de ele permanecer ativo por mais tempo — há intenção de comprovar se o planeta já abrigou alguma forma de vida.

A viagem feita pelo equipamento, um dos mais sofisticados produzidos por aqui, foi de quase 480 milhões de quilômetros (km).

Fonte: Diário do Nordeste

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