Operação da PF aponta maquiagem de carne e suborno a fiscais

Pare o corretor de imóveis Guilherme Ramos é um absurdo o que acontecia e foi descoberto pela PF MATEUS DANTAS/ESPECIAL PARA O POVO
Pare o corretor de imóveis Guilherme Ramos é um absurdo o que acontecia e foi descoberto pela PF. MATEUS DANTAS

A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a Operação Carne Fraca para combater corrupção de agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.
A PF informou ter utilizado aproximadamente 1.100 policiais federais para cumprimento de 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e foram cumpridas em sete Estados federativos: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Impressionante
As irregularidades encontradas na investigação da PF impressionam. Em 2014, por exemplo, uma médica veterinária, responsável técnica pelo controle de qualidade do frigorífico Peccin, relatou aos investigadores eram usados “outros produtos mais baratos para substituir a carne na fabricação dos produtos agropecuários”. Segundo ela, sequer chegou a existir a entrada real de carne na empresa.
A PF também capturou uma conversa entre os sócios do frigorífico “acerca da utilização de carne de cabeça de porco, sabidamente proibida, na composição de embutidos”. Laudo da PF, “ao examinar produtos da Peccin vendidos em estabelecimentos comerciais de Curitiba (salsichas e linguiças), concluiu que a sua composição está em desacordo com a legislação brasileira, extrapolando os valores máximos para analito amido e nitrito/nitrato, e com aditivos não previstos pela legislação e não declarados no rótulo das amostras”.
Os investigadores também descobriram que a organização criminosa lançava mão do prosaico papelão para “robustecer” salsichas e congêneres. Tiras do material eram esmagadas e adicionadas ao produto. Também foi identificada a absorção de água em frango superior ao índice permitido e reembalagem de produtos inadequados para a venda.

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