Pescador dá entrada na UPA de Camocim com febre e convulsões após contato com peixe-leão
Um peixe-leão causou o primeiro acidente em contato com o ser humano do Brasil: um pescador cearense foi atingido pelo animal na praia de Bitupitá, em Barroquinha, no último sábado (23).
O homem teve febre e convulsões por causa do ferimento e é acompanhado em unidade hospitalar de Camocim.
O pescador trabalhava em um curral de pesca – estrutura para prender peixes – quando teve o pé furado pelo animal invasor e venenoso. Depois disso, começou a apresentar febre e convulsões, sendo atendido em hospital no mesmo dia.
Por permanecer com mal-estar, o homem voltou a ser atendido na manhã desta segunda-feira (25). Durante o atendimento, também chegou a ter 2 paradas cardíacas, como informam pesquisadores que acompanham o caso. O avistamento do peixe-leão pode ser relatado aos pesquisadores.
“Não sabemos se as paradas cardíacas tiveram a ver, mas a gente sabe da (relação da) febre e das convulsões”, explica Marcelo Soares, professor e pesquisador no Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Os acidentes com peixe-leão são mais facilitados com o cenário observado no Ceará, porque os animais aparecem na superfície – diferente de locais como Pará, Amapá e Fernando de Noronha, onde os bichos ficam afastados e em locais profundos.
“As pessoas não sabem o que é esse bicho novo e nem que ele é venenoso. Por exemplo, a gente viu nas redes sociais pessoas colocando num balde”, completa o pesquisador.
Desde a primeira vez que o peixe-leão foi avistado no Ceará por pescadores, estudiosos cearenses e de instituições parceiras investigam qual o impacto da espécie invasora no Estado.
O bicho foi identificado em 2 novos locais, Itarema e na Praia de Bitupitá, mas já havia relatos do animal em Camocim, Acaraú, na Praia do Preá e em Jericoacoara.
“Visualizamos mais de 30 e capturamos 27. Toda semana, praticamente, estamos recebendo relatos de peixe-leão. Até o momento, os estudos avançaram nas últimas 3 semanas, nós localizamos em Itarema e Bitupitá”, reforça Marcelo Soares.
Fonte Diário do Nordeste