PMs acusados de extorsão mediante sequestro são demitidos no Ceará
A CGD disse que os militares violaram princípios éticos da Corporação. As defesas dos PMs não foram localizadas pela reportagem
Dois policiais militares acusados de crimes como extorsão mediante sequestro, roubo qualificado e associação criminosa foram demitidos da corporação no Ceará. A decisão de aplicar a sanção máxima administrativa foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) dessa quarta-feira (26).
Conforme a Controladoria Geral de Disciplina (CGD), o sargento José Eliomar Nazareno Sales e o cabo John Lobo Duarte “violaram frontalmente princípios éticos e legais que regem a Polícia Militar do Ceará (PMCE), como posse e uso irregular de armamentos, incluindo armas acauteladas, envolvimento em crimes e manutenção de vínculos com indivíduos de conduta desabonadora, comprometendo a hierarquia, disciplina e moralidade, além de afetar a confiança pública e a credibilidade institucional da corporação”.
José Eliomar chegou a ser preso em novembro de 2020. Com o desenrolar das investigações, John foi preso no ano seguinte. O processo criminal contra eles segue em segredo de Justiça. As defesas dos demitidos não foram localizadas pela reportagem.
PRISÕES
A CGD instaurou Conselho de Disciplina após a prisão em flagrante do sargento Eliomar, por extorsão mediante sequestro e associação criminosa, junto ao ex-PM Wandson Luiz da Silva. Wandson também é acusado de participar de um grupo de extermínio e, em 2023, foi condenado a 37 anos de prisão por cometer um homicídio em frente à Igreja de Fátima, em Fortaleza.
De acordo com a acusação, os PMs teriam se passado por policiais civis e entrado na casa de uma vítima, na Pacatuba, exigindo que ela pagasse R$ 50 mil para não ser presa por tráfico de drogas.
A vítima do sequestro foi retirada à força de dentro de casa e levada para prestar um ‘falso depoimento’. Na ocasião, os sequestradores ainda levaram um notebook e um celular.
Equipes da Corregedoria da CGD receberam a denúncia acerca do crime e apreenderam uma pistola, que seria de John Lobo. Em agosto de 2021 a Justiça decretou a prisão preventiva do cabo, preso no dia 28 de outubro de 2021.
Justificando as demissões, a Controladoria destacou que os acusados praticaram “transgressões disciplinares incompatíveis com o exercício da função policial” ainda com “o uso indevido de armas institucionais e à participação em atividades criminosas, reforçando a gravidade das infrações apuradas”.
Fonte: Diário do Nordeste