Policiais acusados de tortura à pescadores em Aracaú vão a júri popular

Dois policiais civis e um militar são acusados de crime de
tortura contra pescadores da comunidade de Curral Velho, no município de
Acaraú, no ano de 2004

Quase dez anos depois de serem denunciados por crime de
tortura contra um grupo de pescadores, um delegado, um escrivão e um policial
militar serão levados a júri popular. As agressões teriam ocorrido na
comunidade de Curral Velho, no município de Acaraú. A sentença de pronúncia (decisão que manda os réus a júri popular) é
da vara única da comarca de Acaraú.
O caso ocorreu setembro de 2004. Os réus, denunciados por
tentativa de homicídio, são o delegado Luciano Barreto Coutinho Benevides, o
subtenente da Polícia Militar José Roberto Lira da Silva e o escrivão José
Webster Gonçalves de Sousa. Os três policiais trabalhavam como seguranças
particulares da fazenda da empresa Joli Aquicultura, produtora de camarão em
cativeiro.
De acordo com o advogado Rodrigo de Medeiros, que representa
os pescadores que constam como vítimas na ação, o processo referente à sentença
de pronúncia cita nove pescadores, mas pelo menos 50 pessoas teriam sido
atacadas pelos policiais.
Os pescadores informaram que o conflito começou quando eles
foram à fazenda questionar a instalação de draga para cavar a terra fora das
dependências da empresa e dentro da área de manguezal. A tortura teria incluído
balas de chumbo, socos, pontapés e ameaças de morte.
O julgamento dos três policiais ainda não tem data marcada.
Segundo Medeiros, os réus ainda poderão recorrer da decisão judicial.
Delegado foi afastado
Em abril de 2011, quando atuava como titular da Delegacia
Regional de Russas, Luciano Barreto foi afastado da função pelo delegado-geral
Luiz Carlos Dantas após manter uma presa acorrentada por sete dias à grade da
janela da cozinha da unidade policial.
Luciano Barreto alegou que não havia vagas para mulheres na
cadeia e ele não poderia liberar a acusada. O delegado afirmou ainda que não
poderia colocar a jovem com os 38 homens presos então detidos na delegacia. O
caso teve repercussão nacional.

Jonas Deison (Sobral Online)  com informações do O Povo

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