Primeira etapa de projeto que levará estudantes e professores cearenses para Portugal tem início em Santa Quitéria e Itatira
Com apoio do Consórcio Santa Quitéria, aulas inaugurais para os docentes dos municípios marcam o lançamento da iniciativa na região
A primeira de quatro etapas do projeto “Era Uma Vez… Brasil”, que vai levar mais de 110 estudantes e professores de diversas partes do país para um intercâmbio em Portugal, teve início nessa quinta-feira (9), nos municípios de Santa Quitéria e Itatira, no Ceará. O estado participa pela primeira vez da iniciativa, com o patrocínio da Galvani, empresa que faz parte do Consórcio Santa Quitéria, e apoio das prefeituras de Santa Quitéria e Itatira. O programa, realizado pela Origem Produções com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura, Governo Federal, acontece desde 2016 nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
As aulas inaugurais do projeto foram realizadas nas Secretarias Municipais de Educação dos dois municípios cearenses. Com a participação de secretários das pastas de educação, juventude e cultura e da câmara municipal dos municípios, estiveram presentes mais de 70 professores de História do 8º ano da rede pública. O intuito da primeira etapa é capacitar e formar os docentes para que possam propor em sala de aula diferentes atividades de leitura, pesquisa e produção para os alunos inscritos. A aula inaugural foi conduzida pelo especialista em ancestralidade e cultura africana Senakpon Fabrice Fidéle K´Poholo, natural da República do Benin (África) com experiência em cultura e história afro-brasileira e perspectiva dos povos tradicionais.
A partir das discussões propostas durante as aulas nesta primeira etapa, os estudantes serão estimulados a produzir histórias em quadrinhos (HQs), além de vídeos de até um minuto com a temática do projeto. As cem melhores HQs produzidas passarão para a próxima fase e integrarão o livro “Era uma vez… Brasil”, que serão distribuídos em escolas e bibliotecas no Brasil e em Portugal.
“De fato, os professores aproveitaram muito o momento de troca com o Fabrice. A nossa expectativa é que eles absorvam esse conhecimento, que é muito negligenciado na grade curricular das escolas. O objetivo agora é levar esse conhecimento para os alunos em fase de formação e fortalecer essa identidade brasileira e uma nova forma de encarar a nossa história e reconhecer as pessoas que são negligenciadas e fazem parte de grupos minoritários como indígenas, mulheres, negros, que fizeram muito pela nossa independência e, infelizmente, falamos muito pouco deles”, disse Érica Palhares, analista de responsabilidade social da Galvani e Consórcio Santa Quitéria.
O “Era Uma Vez… Brasil” reconta, há sete anos, a História do Brasil para além do que está posto nos livros didáticos tradicionais em escolas públicas brasileiras. Ao longo deste período, mais de 13 mil adolescentes de 434 escolas públicas foram beneficiados. Na edição de 2023, o diferencial será o recorte temático “Mais do que o Ipiranga: as independências de outros ‘Brasis’”, proposto pela curadora do projeto Mayara Santos, que reflete sobre os diferentes processos de independência ocorridos no Brasil e retratados através de outros atores e perspectivas, nem sempre presentes nos livros históricos. “Será uma excelente oportunidade para conhecer e destacar a história de mulheres e homens, negros e indígenas, que lutaram pela emancipação do Brasil nas mais variadas regiões do país, e que não tiveram o devido reconhecimento”, explica Mayara.
“A nossa preocupação é conseguir formar esses professores de história de uma maneira que eles consigam passar todo o aprendizado aos alunos. Lá em Portugal faremos atividades com esses mais de 100 jovens de manhã, à tarde e à noite, durante dez dias, para eles conseguirem adquirir toda a formação. Haverá uma troca de experiências com os alunos de Portugal. Iremos a museus, castelos, visitaremos a estrutura de Lisboa, que é baseada no período da independência do Brasil.”, disse Lorrayne Landi, coordenadora do Projeto Era Uma Vez Brasil, pela Origem Produções.
A próxima etapa, que deve ocorrer em julho, vai reunir os estudantes que criaram as melhores HQs em um acampamento, onde participarão de oficinas de interpretação, roteiro, som e fotografia, além de vivências indígenas e afro-brasileiras. Para finalizar a imersão, um filme de curta-metragem deverá ser produzido sobre o aprendizado do processo. Os responsáveis pelos melhores resultados serão selecionados para o intercâmbio em Portugal, onde será possível visitar pontos históricos e conhecer tudo o que liga a história dos dois países, além de trocar conhecimentos com estudantes portugueses, visitando escolas locais. Do Ceará serão escolhidos 18 alunos (nove de Santa Quitéria e nove de Itatira) e dois professores (um de cada município).
Ao retornar para o Brasil, os estudantes deverão compartilhar os conhecimentos e a experiência adquiridos durante o projeto e serão estimulados a produzir um projeto de intervenção que impacte a sua comunidade.
Sobre o Consórcio Santa Quitéria
Após a realização de pesquisas e estudos que confirmaram a presença de fosfato (predominante) e urânio na Fazenda Itataia, no Ceará, a Indústrias Nucleares do Brasil – INB formalizou, por meio de licitação, uma parceria com uma empresa privada do setor de fertilizantes. A Galvani ganhou a licitação e ficou responsável pelos investimentos e por desenvolver os processos, a engenharia, os estudos para o licenciamento ambiental, a construção e a montagem do empreendimento do Projeto Santa Quitéria. O empreendimento produzirá anualmente de cerca de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, 220 mil toneladas de fosfato bicálcico (usado na nutrição animal) para atendimento da agropecuária no Norte e Nordeste e de 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio – que será convertido em hexafluoreto de urânio (UF6) no exterior, retornando ao Brasil para uso na fabricação do combustível para a geração termonuclear de Angra 1, 2 e, futuramente, 3. Contribuirá com o desenvolvimento regional, trazendo benefícios socioeconômicos como a criação de empregos, aumento na renda e oportunidades de negócios em toda a região. Com o empreendimento, serão criados mais de 8 mil postos de trabalho diretos e indiretos durante as obras e cerca de 2.800 na fase de operação. O investimento será de R$ 2,3 bilhões.
Sobre a Origem Produções
Origem Produções é uma empresa de consultoria e gestão de projetos criativos, com vocação consolidada para atuar em diversas áreas, como cultura, educação, sustentabilidade, esporte e responsabilidade social. Fundada em 2007, a empresa desenvolve, atualmente, trabalhos em todo o país e soma experiências no exterior. Com uma equipe capacitada e constantemente atualizada sobre as exigências legais e tendências nas diferentes áreas de atuação, a produtora vem se destacando no mercado e conquistando a confiança de clientes e parceiros com transparência.