Professora é demitida após amarrar criança a cadeira em sala de aula no Rio de Janeiro

Profissional disse que caso foi uma "brincadeira infeliz"

Uma professora foi demitida da escola particular Maple Bear Méier após ser flagrada amarrando um aluno de 5 anos a uma cadeira, usando fita adesiva, durante uma atividade realizada em sala de aula. O caso aconteceu em maio deste ano, na instituição bilíngue da cidade do Rio de Janeiro, e, nessa quarta-feira (25), a rede de educação informou, em nota, sobre o desligamento da profissional.

Nas imagens, registradas por câmera de segurança, é possível observar a criança ficando de pé para manusear um estojo. Então, a docente a segura pelos braços e a coloca na cadeira, empurrando-a para mais perto da mesa. Depois, o menino gesticula estendendo o estojo. Nesse momento, a mulher, então, pega uma fita adesiva verde e amarra o garoto ao encosto da cadeira. As informações são do jornal O Globo.

Em seguida, outra funcionária da instituição de ensino chega a se aproximar, mas não intervém no caso.

O estudante tenta se levantar novamente, mas dessa vez a professora o contém com um dos braços. Depois, ela vai para a frente da turma e começa a ministrar uma explicação. O garoto se mostra incomodado com a situação e tenta se livrar da fita, sem conseguir. Minutos depois, outros dois alunos se aproximam e conseguem retirar o adesivo.

A mãe do menino, uma analista financeira de 36 anos, relatou ao jornal que o filho comentou sobre o ocorrido com a avó, ao sair do colégio. Em casa, ao solicitar que ele mostrasse o que aconteceu, a mulher disse que a criança pegou uma fita e prendeu o pai pela cintura a uma cadeira.

Ele falou que foi amarrado depois de levantar duas vezes para guardar material e que estava muito triste porque os amigos riram. Disse também que foram os amigos que ajudaram a salvá-lo.”
Mãe do aluno

Analista finaceira

No dia seguinte, a responsável foi à escola e solicitou ver as imagens do momento. Segundo ela, a professora justificou que o caso foi uma “brincadeira infeliz”. “A direção, ao invés de demitir a professora, disse ter feito uma advertência verbal”, contou.

O aluno ficou cerca de duas semanas sem frequentar o colégio, onde estudava desde os 2 anos. Porém, pediu para retornar e os pais concordaram. Ele se manteve na instituição até junho, quando começou a relatar que a escola não estaria mais legal, segundo a mãe.

“Saíram meu filho e mais nove alunos da turma. As pessoas têm que entender que o papel do colégio é educar. E o que mais dói é que a escola foi conivente. Não demitiu a professora”, lamentou a analista ao periódico.

Atualmente em outra instituição de ensino, a criança está bem, conforme a responsável, e faz acompanhamento psicológico.

Ele tem uma rede de proteção. Meu filho é um menino muito educado, comunicativo e carinhoso. Na véspera do que aconteceu tinha levado bombom para a professora.”
Mãe do aluno

Analista finaceira

Os pais do menino decidiram processar o colégio. A professora é alvo de um inquérito policial por maus tratos. “No processo judicial está sendo pedida reparação de danos morais”, detalhou o advogado da família, Wanderson Mello.

O QUE DIZ A ESCOLA

Em nota ao O Globo, a rede Maple Bear disse não tolerar “qualquer tipo de tratamento constrangedor ou vexatório por parte de nenhum membro de nossas escolas franqueadas”. Veja nora na íntegra:

Ciente do nosso compromisso de zelar pela dignidade de nossos estudantes, informamos que não toleramos qualquer tipo de tratamento constrangedor ou vexatório por parte de nenhum membro de nossas escolas franqueadas e situações como essa são sempre conduzidas com extremo rigor. Vale ressaltar que atualmente a professora em questão não faz mais parte do quadro de colaboradores da unidade franqueada.

Por fim a rede reforça que estimula a adoção de critérios rigorosos para recrutamento e seleção de talentos, bem como promove diversas capacitações ao staff desde a contratação. As escolas também promovem práticas junto aos colaboradores com temáticas de saúde mental, regulação emocional e segurança psicológica, com o objetivo de promover um ambiente saudável e harmonioso dentro de nossa comunidade escolar.

O caso tramita em segredo de justiça para preservar a criança“.

FonteDiário do Nordeste