Professora universitária denuncia assédio moral e transfobia em universidade no Ceará
Luma Andrade é a primeira travesti a se tornar doutora do Brasil. Ela alega que os casos de preconceito aumentaram quando virou diretora do Instituto de Humanidades da instituição.
A professora universitária Luma Andrade denunciou, em carta pública, que tem sofrido episódios que ela classificou como assédio moral e transfobia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção, no interior do Ceará.
Luma Andrade é a primeira travesti a se tornar doutora do Brasil. Ela alega que os casos de preconceito aumentaram quando virou diretora do Instituto de Humanidades (IH) da instituição. O g1 entrou em contato com a instituição, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Segundo a docente, a atual gestão da Reitoria teria desmontado completamente o órgão e tomado uma série de medidas que inviabilizariam o pleno funcionamento do espaço. Além disso, a diretoria anterior teria se negado a realizar a transição para a nova gestão, a gestão da Universidade removeu a totalidade dos técnicos administrativos (TAEs) do IH para a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Luma disse ainda que a administração se negou a apresentar o Plano de Gestão Anual e a entregar as informações de login do perfil do instagram oficial do IH. “São ataques que ferem, através de mim, naquilo que pode ser configurado como assédio moral e até mesmo transfobia, as dinâmicas e o funcionamento de um setor institucional universitário que atende aos cursos das Ciências Humanas”, disse a professora.
A professora reclamou ainda que os despachos realizados solicitando técnicos ou outros servidores não foram atendidos. A administração da instituição disponibilizou duas estagiárias, mas a quantidade seria insuficiente para as demandas do IH.
“O sucateamento do IH não ocorre por incapacidade ou ingerência de minha atuação como diretora, como tentam disseminar, mas pelo cerceamento que tenho vivenciado, que afeta não apenas a minha pessoa, pois vai além, ao causar prejuízos irreparáveis e cumulativos às coordenações de cursos, servidoras/es terceirizadas/os e discentes. (…) Já sofri muito com o preconceito e discriminação em minha trajetória de vida, mas nunca vivi uma situação como esta de desrespeito e humilhação”, diz Luma.