Projeto FaunaMar registra desova inédita de tartaruga-oliva em praias no extremo oeste do Ceará
Todos os anos, as praias de Barroquinha e Camocim recebem fêmeas de tartarugas marinhas para desovar. O acompanhamento das desovas e nascimento dos filhotes é feito pelo Projeto FaunaMar, que atua na região desde 2013 e tem parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Nesta temporada, já foram registrados mais de 115 ninhos e o nascimento de cerca de 7.000 filhotes.
Segundo a coordenadora, a bióloga Kesley Paiva, o período reprodutivo ocorre de janeiro a julho. “Ainda temos alguns meses de monitoramento de praia, onde outros ninhos podem ser registrados. Essa é a nossa expectativa, registrar e proteger mais filhotes e fêmeas”, disse Kesley.
Até abril, duas espécies foram identificadas: a tartaruga-de-pente (E. imbricata), sendo a mais frequente na região, e a tartaruga-verde (C. mydas), uma espécie que, no Brasil, desova preferencialmente em ilhas oceânicas, como Atol das Rocas e Fernando de Noronha.
No fim de maio, a equipe registrou a terceira espécie, a tartaruga-oliva (L. olivacea), sendo um ninho na praia do Xavier e um na praia do Farol. No total, 194 filhotes de tartaruga-oliva foram acompanhados até o mar em segurança.
Kesley explica que a espécie já havia sido registrada em outras temporadas, mas nestas praias é a primeira vez. “A cada temporada registramos dados inéditos e importantes para a conservação das tartarugas marinhas. Em anos anteriores, já havíamos registrado essas três espécies, mas este ano, as ocorrências têm nos surpreendido. Isso porque nunca houve desova na praia do Farol, algo inédito! E, na praia do Xavier, embora receba fêmeas todos os anos, esta é a primeira vez que flagramos um ninho de tartaruga-oliva”.
A equipe permanece monitorando as praias de Camocim e Barroquinha, no Ceará, para acompanhamento dos ninhos que estão em desenvolvimento e para acompanhar novas ocorrências. “Estamos felizes com os dados desta temporada e acreditamos que estes serão importantes para entendermos a utilização da área pelas tartarugas marinhas. Assim, conseguiremos propor medidas que possam contribuir para a proteção dos animais e das áreas de uso”, finaliza Kesley.