Propagandas de Bolsonaro e Haddad adotam discurso do medo

Começou ontem a propaganda eleitoral de rádio e TV para o 2º turno das eleições entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Enquanto o programa do PSL atacou o PT e Lula apresentando-os como ameaças comunistas, o de Haddad fez associações entre posicionamentos do adversário e recente onda de ataques violentos por motivação política no País. Neste 2º turno, os candidatos têm o mesmo tempo de propaganda.
O programa de Bolsonaro fez referência ao Foro de São Paulo, que seria um grupo comunista, liderado por Lula e pelo ex-presidente cubano Fidel Castro. “Estamos à beira do abismo”, anunciava a locução, elencando corrupção, violência e desemprego como consequências de governos que associou ao comunismo.

O PRESIDENCIÁVEL DO PT deu coletiva após missa Marco Ambrosio/ AE
O PRESIDENCIÁVEL DO PT deu coletiva após missa Marco Ambrosio/ AE

Haddad é citado na propaganda do PSL como “boneco de Lula”, com ênfase ao fato de o ex-presidente estar preso. Após os ataques, o programa trouxe agradecimentos a Deus e ao povo pela vida de Bolsonaro e pela votação no 1º turno.
Em seguida, o material aposta na relação de Bolsonaro com a filha Laura. O destaque à relação com a única filha do candidato vem na esteira de manifestações de mulheres contra o presidenciável em todo o País e contrasta com afirmação dele em abril de 2017, de que dos cinco filhos, quatro foram homens, mas no quinto teria dado “uma fraquejada e veio uma mulher”.
O programa de Haddad começou afirmando que “a democracia está em risco” e que adeptos de Bolsonaro transformaram o 2º turno destinado a debates de propostas em “uma onda de violência e intolerância”.
Além de reproduzir declarações do candidato do PSL de que iria “fuzilar a petralhada”, o programa cita agressões contra pessoas que manifestaram oposição a Bolsonaro. Entre eles a morte do capoeirista Môa do Katendê, em Salvador (BA), após afirmar ter votado no PT; e a marcação de suástica a canivete na barriga de uma mulher que usava camiseta com a frase “Ele Não”.
Haddad defende então que cada brasileiro tenha “um livro em uma mão e uma carteira de trabalho na outra”, em contraponto às disposições armamentistas de Bolsonaro.
Lula aparece na propaganda de Haddad na TV. O ex-presidente elogia Haddad, que foi ministro da Educação em seu governo, e afirma que, “em 500 anos de Brasil, nós nunca tivemos ninguém com a capacidade do Haddad para fazer o que foi feito pela educação”.
Ao apresentar Ana Estela, com quem é casado há 30 anos, Haddad também fala dos filhos. “Os dois são uma benção de Deus pra nós”, afirma ele. Ao longo do programa há outras referências à Deus, além de clamores por um Brasil unido e com oportunidade para todos.
RÁDIO E TV
A propaganda eleitoral continua sendo veiculada diariamente até o dia 26 de outubro. No rádio, os programas começam às 7 horas e ao meio dia; na televisão, às 13 horas e às 20 horas e 30 minutos.

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