Quase um bilhão de meninas e jovens não têm acesso ao ensino de habilidades para as profissões do futuro, diz estudo

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Fundo Malala aponta que 955,6 milhões de meninas e mulheres de até 24 anos atualmente não têm acesso ao ensino e desenvolvimento de habilidades consideradas fundamentais para o mercado de trabalho do futuro. Ao G1, Farah Mohamed, CEO do Fundo Malala, afirmou que deixar de preparar a geração atual de meninas e jovens pode deixá-las vulneráveis a situações laborais precárias no futuro.

Entre as habilidades estão tanto os conhecimentos tecnológicos quanto a capacidade de resolver problemas, que Mohamed diz serem “aptidões necessárias para ter sucesso em um mercado de trabalho que muda rapidamente”.

Segundo o relatório “Força total: por que o mundo funciona melhor quando as meninas vão à escola”, elas podem ser distribuídas em quatro níveis:

  1. Habilidades digitais básicas: Acessar e interagir com tecnologias digitais, como saber se conectar à internet, criar contas e perfis, acessar recursos e informação, ajustar as configurações e gerenciar arquivos
  2. Habilidades digitais genéricas: Usar as tecnologias digitais de maneiras significativas e benéficas; por exemplo: criar conteúdo, se comunicar digitalmente e ter consciência sobre direitos e segurança digitais
  3. Habilidades do século 21: São as habilidades que vão além da alfabetização e dos conhecimentos numéricos básicos, como comunicação, colaboração, resolução de problemas, criatividade e pensamento crítico
  4. Habilidades de alto nível: Usar a tencologia digital de forma empoderadora e transformadora, como desenvolver aplicativos, gerenciar redes, programação, análise e processamento de dados

“Vários estudos mostram que dar 12 anos de educação para meninas teria consequências que mudariam o mundo. Não tomar medidas e permitir que mulheres e meninas permaneçam sem educação e desempregadas desperdiça seu potencial e impede o progresso econômico global e o desenvolvimento sustentável”, afirmou a CEO do fundo.

O documento recomenda aos líderes do G20, o grupo de países mais ricos do mundo, uma linha de ação para reverter o problema. Segundo Mohamed, isso inclui “aumentar os orçamentos internos para a educação em países em desenvolvimento, aumentar as contribuições de doadores e lançar uma nova iniciativa para dar às meninas as habilidades de que elas precisam para competir com outros trabalhadores”.

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