Romeu Aldigueri rebate críticas do vereador Chico Jóia Jr. e cobra gestão de Sobral por crise na Santa Casa

A troca de farpas entre lideranças políticas em Sobral ganhou um novo capítulo após o presidente da Câmara Municipal, vereador Chico Jóia Jr., declarar em plenário que o deputado estadual Romeu Aldigueri (PSB), atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, “não dá um centavo” para a Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Durante o discurso, o parlamentar municipal citou ainda que o município de Granja, terra natal de Aldigueri, consome cerca de R$ 101 mil mensais em atendimentos hospitalares na unidade, mas só contribui com uma média de R$ 56 mil por mês na Programação Pactuada Integrada (PPI), resultando em um déficit de aproximadamente R$ 45 mil.

Em resposta, o deputado Romeu Aldigueri utilizou suas redes sociais para criticar a condução administrativa da Santa Casa pela Prefeitura de Sobral, que atualmente está sob intervenção municipal. “Já passou da hora da administração municipal assumir sua responsabilidade legal e institucional com seriedade, eficiência e compromisso com a população, em vez de transferir culpas para outros entes federativos”, afirmou.

O parlamentar também detalhou os valores recebidos mensalmente pela unidade hospitalar, destacando que a Santa Casa de Sobral conta com um total de R$ 11,9 milhões mensais em recursos oriundos do Governo Federal, Governo Estadual e das prefeituras conveniadas. Só em incentivos dos governos federal e estadual são repassados R$ 5,3 milhões, valor que representa um acréscimo de 229,33% em relação à contribuição dos municípios via PPI.

Segundo Romeu, mesmo com esses repasses expressivos, a Santa Casa segue enfrentando sérios problemas de gestão. “A saúde pública se faz com responsabilidade compartilhada, mas, principalmente, com responsabilidade assumida”, enfatizou. Ele reforçou ainda que, como o hospital está sob intervenção direta da Prefeitura, cabe ao município prestar contas e garantir o funcionamento adequado da unidade. “É responsabilidade legal e institucional do ente municipal buscar soluções, e não apenas apontar culpados.”

A discussão evidencia a crescente insatisfação com a gestão da Santa Casa, que apesar de ser referência para uma população de mais de 1,7 milhão de pessoas em 55 municípios da Região Norte, enfrenta dificuldades financeiras e operacionais constantes.