Secretária de Tianguá aciona Polícia contra vereador que a chamou de ‘bandida’ em sessão da Câmara
Ao fazer o registro de ocorrência na Delegacia Regional de Tianguá, Monique Borndani disse temer ser vítima de novas agressões, inclusive físicas
A secretária de Indústria e Comércio de Tianguá, Monique Brondani, registrou um boletim de ocorrência e solicitou uma medida protetiva contra o vereador José Leôncio (PSB). A iniciativa foi tomada nesta terça-feira (26), após a gestora ter sido vítima de ofensas proferidas pelo político durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal da cidade.
O episódio ocorreu durante a manhã de ontem, quando os membros da Casa debatiam a mudança do terminal rodoviário e recebiam denúncias de permissionários do equipamento atual, que estão insatisfeitos com a decisão da administração do Município de realocá-los.
Após ouvir um dos relatos, que acusava a titular da pasta municipal de intermediar contratos com o setor privado para a realocação dos estabelecimentos comerciais para um novo espaço, Leôncio afirmou que empresários estavam sendo beneficiados pelo poder público e passou a ofender a denunciada.
“Isso é grave, ela não era para ser secretária. Para mim ela não passa de uma bandida”, disse o parlamentar. Que emendou: “Qual é o seu interesse, dona Monique? Você está com interesse pessoal, está ganhando dinheiro desse empresário. Você é uma bandida”.
À Polícia Civil, a secretária acusou o autor dos xingamentos de agressão moral e disse ter o desejo de representar criminalmente o vereador por ter se sentido “extremamente humilhada” pela agressão, sobretudo pela repercussão que o ato tomou nas redes sociais.
Brondani também indicou que, pelas atividades que ela e o acusado desenvolvem, há um frequente contato entre eles. Assim, considerando o “grau de agressividade” demonstrado durante a fala, ela diz temer ser vítima de novas agressões – inclusive físicas.
O Diário do Nordeste entrou em contato com o presidente do Legislativo municipal, o vereador Elves Lima (PSD), a fim de saber quais procedimentos serão adotados com relação ao episódio.
De acordo com ele, conversas foram iniciadas com o setor jurídico da Casa para que as medidas cabíveis possam ser tomadas, no entanto, até o momento não há nenhum parecer sobre o assunto.
A reportagem também contatou o acusado, José Leôncio, para que pudesse se manifestar sobre o ocorrido. Em resposta, ele disse que até aquele momento desconhecia a queixa registrada, mas negou ter ofendido a secretária de Indústria e Comércio pelo seu gênero e reiterou que sua conduta se deu por conta de supostos ilícitos cometidos por ela.
Questionada, a chefe da pasta explicou que a rodoviária atual enfrenta uma série de dificuldades estruturais por conta da construção de um viaduto nas proximidades. Para resolver a situação, a gestão chegou a cogitar a implantação de outro terminal, porém, a incompatibilidade do investimento com o orçamento disponível nos cofres municipais não permitiu que a ideia fosse adiante, então optaram pela locação de um espaço.
“Fizemos um estudo técnico de viabilidade para levar o terminal para outro local. Vimos vários lugares e encontramos um, que é de um empresário realmente, mas que a Prefeitura está fazendo o trâmite do aluguel para servir para colocar os permissionários”, disse Monique.
Segundo ela, a administração é quem está responsável pelo diálogo direto com os empreendedores responsáveis pelos pontos comerciais e nunca houve intermediação entre eles e o dono da área.
Fonte: Diário do Nordeste