Servidores e servidoras do IFCE paralisarão atividades em 18 de Março, Dia Nacional de Greve em defesa do serviço público e da educação
Os servidores e as servidoras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) paralisarão atividades na quarta-feira, 18 de março, aderindo ao Dia Nacional de Greve e Mobilização em Defesa do Serviço Público. As universidades e os institutos federais realizarão manifestações em todo o País, denunciando os seguidos ataques do Governo Federal à educação e aos servidores públicos como um todo, incluindo as novas ameaças da “reforma” administrativa, como perda da estabilidade e como redução de 25% em salários.
Outros temas que levam à mobilização são o recente ofício 8/2020, do Ministério da Educação (MEC) sobre orçamento, que está causando insegurança e apreensão nas universidades e nos IFs de todo o País, causando até suspensão de concursos e pagamentos, e a paralisação dos processos de RSC, Reconhecimento de Saberes e Competências, direito dos servidores.
A adesão à paralisação nacional foi aprovada pelos servidores e pelas servidoras do IFCE em Assembleia Geral realizada na sexta-feira, 14/2, na Assetece, em Fortaleza. Na Assembleia, foi destacada a situação extrema vivenciada pelos servidores públicos em geral, com destaque para os servidores da educação, sob fortes ataques de um governo que corta recursos para as universidades e os IFs, ao mesmo tempo em que tenta jogar a sociedade contra os servidores, na ânsia de realizar uma “reforma” administrativa que na prática será mais uma deforma do Estado brasileiro – assim como as mudanças já impostas na Previdência e na legislação trabalhista.
A paralisação acontecerá em um contexto em que integrantes do governo, como o próprio presidente da República, o incompetente e bizarro “ministro da Educação” e o multimilionário “ministro da Economia”, seguem dia a dia atacando, insultando e menosprezando os servidores públicos e a inteligência do povo. Os servidores foram chamados “parasitas” pelo mesmo ministro que, em fala a empresários em Fortaleza, atacou a mulher do presidente francês, Emanuel Macron. E que, novamente falando a empresários, seu público preferido, insultou as trabalhadoras domésticas.
O ministro da Educação já se tornou tristemente conhecido pelas trapalhadas no cargo, ao mesmo tempo em que abre guerra contra os professores e técnicos, talvez em tentativa de esconder a própria incompetência na realização de ações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Quanto ao presidente, seguem os ataques e absurdos diários, contra professores, servidores, mulheres, nordestinos e até portadores do vírus HIV.
Riscos são reais e demandam mobilização imediata
Durante a Assembleia Geral dos Servidores e Servidoras do IFCE, diversos participantes destacaram o caráter urgentíssimo das ações de luta e mobilização social, na defesa do serviço público.
“Ou lutamos agora na defesa dos serviços públicos, ou vamos ter de lutar depois que cortarem 25% do nosso salário”, alertou a servidora Cristiane Oliveira, da Diretoria do SINDSIFCE. “É preciso construir a greve por tempo indeterminado. É o instrumento de luta dos trabalhadores e não há outro caminho senão lutar”.
“Precisamos de todos e todas para dialogar com a população sobre os ataques aos serviços e servidores públicos. Defender nossa carreira é defender o direito do povo à educação”, ressaltou Artemis Martins, também da Diretoria do Sindicato.
“Vamos construir a greve geral do serviço público e, em particular, a greve da educação”, ressaltou o servidor David Moreno, também integrante da Diretoria do SINDSIFCE.