TIM abre vagas para pessoas trans e contratadas terão graduação gratuita

As inscrições para o Transforma TIM, programa criado pela operadora para gerar qualificação e inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, se encerram nesta segunda (31). Neste primeiro momento, estão disponíveis vagas em lojas e no call center da empresa de telefonia, em um processo seletivo conduzido pela consultoria Transcendemos. O projeto conta ainda com a parceria da Ampli, edtech de ensino digital da Kroton, que vai oferecer bolsas de 100% na graduação para as pessoas contratadas.

As inscrições podem ser feitas até esta segunda-feira (31) pelo site transformatim.com.br. Para participar do processo seletivo, basta apenas ter completado o Ensino Médio. Há vagas em lojas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Já as posições para o call center são para trabalho remoto. As pessoas que não forem contratadas serão indicadas para oportunidades no parceiro comercial de televendas e também farão parte do banco de talentos LGBTI+ da TIM.

A ação afirmativa de empregabilidade é voltada a uma comunidade que enfrenta grandes desafios para sobreviver: segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 90% das pessoas trans no Brasil se mantém por meio da prostituição, pois são alvo de intensa discriminação na hora de buscar um trabalho. “É uma realidade que nos impacta, mas – ao mesmo tempo – nos motiva a buscar soluções para transformá-la”, comenta Giacomo StrazzaHead de Desenvolvimento, Educação e Inclusão no RH da TIM. O executivo destaca que o projeto está em linha com o compromisso da operadora em prol de uma cultura organizacional cada vez mais inclusiva e de uma sociedade livre de preconceitos: “no ano passado, aderimos ao Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ e estamos focados na inclusão e na ampliação de da representatividade de pessoas LGBTI+ no mercado de trabalho. O programa Transforma reflete nossos valores – coragemrespeito e liberdade, que também estão presentes no cotidiano das pessoas trans”, acrescenta.

Educação como alavanca de carreira

Além das vagas ofertadas, o Transforma TIM quer potencializar a carreira das pessoas trans promovendo mais acesso à educação. Por isso, a operadora se juntou à Ampli – que já é sua parceira comercial – para oferecer graduação gratuita à distância para as pessoas aprovadas. O benefício é um diferencial do projeto: apenas 0,02% das pessoas trans têm acesso a uma universidade no Brasil, de acordo com dados da ANTRA. Uma parcela relevante abandona os estudos por volta dos 13 anos.

“Estamos muito felizes em poder, junto à TIM, ajudar a mudar a realidade das pessoas trans ao oferecer educação de qualidade, de forma acessível e flexível, contribuindo para o desenvolvimento profissional e inserção no mercado de trabalho. Essa parceria está em total alinhamento com nosso o propósito de ESG, que é impactar as pessoas por meio da educação para um mundo melhor e com nossos compromissos claros na construção de uma sociedade mais equilibrada e equânime”, declara Leonardo QueirozVice-Presidente de Crescimento da Kroton.

As informações coletadas pela Associação estão no Dossiê dos Assassinatos e da Violência contra Travestis e Transexuais Brasileiras, que revela que uma pessoa trans é assassinada no país a cada 48 horas, colocando o Brasil na liderança de países que mais matam essa população. A violência faz com que a expectativa de vida de pessoas trans no Brasil seja de apenas 35 anos – menos da metade da estimada para a população em geral segundo o IBGE. Outra pesquisa da ANTRA, a TransAção, mostra que 94,8% das pessoas trans já sofreram algum tipo de violência provocada pela discriminação de gênero e 87,3% destacam que sua principal necessidade é o direito a emprego e renda.

“Diversidade é uma riqueza e não um problema. Devemos olhar para talentos trans como força, como potência. São profissionais que vão trazer novas visões de mundo e diferentes experiências de vida aos times da TIM. Precisamos arregaçar as mangas e assumir uma postura ativa na busca e no apoio ao desenvolvimento profissional dessas pessoas candidatas”, afirma Gabriela Augustodiretora fundadora da Transcendemos.