Total de mortos na megaoperação no Rio de Janeiro supera o Massacre do Carandiru

As autoridades ainda não confirmaram se esses novos corpos serão incluídos no total oficial

O número de mortes registradas após a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), deflagrada na terça-feira (28), já ultrapassa o total do Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos em 1992 em São Paulo.

Até a manhã desta quarta-feira (29), o governo do Rio confirmou 64 mortos, sendo 60 suspeitos e quatro policiais. No entanto, moradores dos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital, encontraram mais 74 corpos em áreas de mata próximas às comunidades. Se somadas ao balanço oficial, a operação contabilizaria 138 mortos, tornando-se a ação policial mais letal da história do estado e do século 21 no Brasil. As autoridades ainda não confirmaram se esses novos corpos serão incluídos no total oficial.

O Massacre do Carandiru ocorreu em 2 de outubro de 1992, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu o Pavilhão 9 da Casa de Detenção para conter uma rebelião. A ação terminou com 111 presos mortos, 77 executados pelos policiais e 34 por outros detentos, segundo o Ministério Público. Até então, era considerada a operação policial mais letal da história brasileira, de acordo com órgãos de direitos humanos. Em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo extinguiu todas as penas dos 74 policiais militares condenados por executar 77 presos. A decisão seguiu decreto anterior do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que em 2022 havia concedido indulto a agentes de segurança pública condenados por crimes cometidos há mais de 30 anos.

A megaoperação no Rio durou mais de 12 horas e deixou a cidade em clima de guerra. Criminosos utilizaram drones, lançaram bombas e fizeram barricadas para impedir o avanço das forças policiais. O governo informou que o objetivo da ação era cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços e conter a expansão territorial do Comando Vermelho, principal facção criminosa do estado. O governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como “a maior da história das forças de segurança do Rio” e afirmou que o estado “está sozinho” no combate ao crime organizado. O Ministério da Justiça respondeu que tem atendido aos pedidos de cooperação enviados pela gestão fluminense.

Fonte: Gcmais