Trabalhadores dos Correios de todos os estados do País, incluindo o Ceará, decretaram em assembleias, na noite dessa terça-feira, 11, greve geral por tempo indeterminado. Os trabalhadores protestam contra a redução de salários e benefícios. A categoria ainda reivindica contra a intenção do Governo, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado, de privatizar a empresa. Os Correios informaram que nenhum serviço está suspenso.
Em nota, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) afirma que a direção dos Correios se negou a negociar com os funcionários. “A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família”, argumenta.
+ Leia a íntegra da nota da Findect
Em Fortaleza e em outros municípios do Ceará, os trabalhadores já estão se concentrando para iniciar a mobilização, de acordo com Maria de Lourdes Paz, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE). “Nós estamos reivindicando tão pouco, queremos apenas a manutenção do nosso acordo [coletivo] mais a inflação. O Governo está querendo tirar mais da metade das cláusulas que nós conquistamos ao longo de 20 anos”, defendeu.
Os Correios argumentaram, em nota, que foram feitos dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. “As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela estatal”, explica.
A estatal ainda informa que até o momento, não há suspensão de nenhum serviço dos Correios. Ao longo do dia, será possível ter uma quantificação mais precisa do número de adesões ao estado de greve e avaliar a necessidade de adoção de medidas pela empresa.
Confira a íntegra do posicionamento dos Correios
Os Correios participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela estatal.
No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.
Até o momento, não há suspensão de nenhum serviço dos Correios.