Três policiais militares foram executados em chacina num bar do bairro Vila Manoel Sátiro, no início da tarde de ontem. Eles estavam à paisana, almoçando no estabelecimento, quando foram surpreendidos por homens armados, que chegaram em um carro Volkswagen Voyage, de cor preta.
Ainda na tarde de ontem, três suspeitos de participação no crime foram detidos. Um deles teria reagido à prisão e foi baleado, tendo sido conduzido a um hospital, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Um quarto suspeito, que também teria reagido, foi morto em intervenção policial. A identidade deles não foi divulgada pela SSPDS até o fechamento desta página. O carro utilizados na ação foi apreendido.
Os PMs mortos foram identificados como o sargento José Augusto de Lima, 58; o tenente Antônio César Oliveira Gomes, 50; e o subtenente Sanderley Cavalcante Sampaio, 46. Os dois primeiros eram da reserva, enquanto o último era o único ainda na ativa, conforme a SSPDS.
Os policiais não tiveram as armas levadas. Conforme o perito Rômulo Lima, que atendeu à ocorrência, 14 cápsulas de calibre 9mm foram encontradas na cena do crime. Familiares das vítimas que estiveram no local optaram por não conceder entrevistas, assim como delegados que acompanham o caso. Investigação está a cargo da 11ª Delegacia da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializada em crimes que vitimam agentes de segurança.
Em menos de um mês, a região teve quatro PMs assassinados. Em 29 de julho, no bairro vizinho, Parque São José, foi morto o subtenente Juciano de Lima Barbosa, 53, também fora da ativa. O homicídio ocorreu também em um bar, a cerca de 400 metros do local do triplo homicídio de ontem.
Uma das linhas de investigação liga a chacina ao homicídio do subtenente Barbosa. Quarta-feira, 22, também no Parque São José, foi morto um homem que teria participado do assassinato de Juciano. No velório dele, ontem, criminosos que seriam da mesma facção deste homem teriam acertado uma retaliação. Assim, escolheram, aleatoriamente, os policiais, conta o tenente Mardônio Aguiar, que foi ao local do crime voluntariamente. A SSPDS não se pronunciou a respeito dessa hipótese.
O homem morto na quarta-feira era monitorado por tornozeleira eletrônica. Havia sido preso em fevereiro, por roubo de um celular. No mesmo mês, alvará de soltura foi expedido em seu favor. O julgamento dele seria em outubro. Não consta no sistema virtual do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) acusação contra ele pelo assassinato do subtenente Barbosa, optamos por não divulgar o nome.
A Polícia Militar, em nota, lamentou a morte dos agentes e declarou luto de três dias na corporação. Também se manifestaram com notas de pesar o Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol), a Associação de Profissionais de Segurança (APS) e o Ministério Público Estadual (MPCE).
