Vida e ascensão do capitão Bolsonaro

Saído de Eldorado, interior paulista, aos 18 anos, o deputado que está a um passo de ser presidente foi um lobo solitário que navegou na insatisfação exposta pelas jornadas de 2013, e foi se ajustando para sua corrida ao Planalto

Ambicioso, ultradireitista, misógino e nostálgico da ditadura. O capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro é o candidato com mais probabilidade de se tornar o futuro presidente do Brasil após o segundo turno eleitoral, no dia 28 de outubro. Uma equipe do EL PAÍS investigou a trajetória do aspirante: onde se criou, como entrou no Exército e no mundo da política, como começou do nada e foi, pouco a pouco, tecendo apoios dos principais setores.

A INFÂNCIA

Dona Narcisa, de 63 anos, aponta a escola de paredes azuis. “Foi aí”, conta. “Estávamos todos os alunos aí quando de repente: pum, pum, pum.” Era 8 de maio de 1970. Carlos Lamarca, um guerrilheiro que lutava contra a ditadura brasileira (1964-1985), refugiou-se nesta cidade de 15.000 habitantes, a 180 quilômetros ao sul de São Paulo. Houve um tiroteio. Um policial morto. Estradas fechadas pela polícia, revistas generalizadas. Ao final, o guerrilheiro conseguiu fugir e levou sua luta para outro lugar. Mas aquela sexta-feira ficou na memória dos habitantes da cidade como um dos mais emocionantes na história de Eldorado Paulista. Impressionou a todos seus habitantes, sobretudo as crianças. Mais do que a ninguém, a um adolescente teimoso, ambicioso e desengonçado chamado Jair Bolsonaro.
Até esse dia, Bolsonaro, que tinha então 15 anos, destacava-se na cidadezinha por ser turrão e astuto. Também por sua facilidade para se enturmar com os outros meninos. Mas depois da visita do guerrilheiro, descobriu a capacidade do Exército para organizar a sociedade civil. Começou a ter algo claro na vida. “Dizia para a gente, para todo mundo, o tempo todo”, conta Narcisa. “Ia sair de Eldorado porque ia se alistar no Exército.”
Os Bolsonaro tinham chegado a Eldorado liderados pelo patriarca, Percy Geraldo Bolsonaro, depois de perambular durante anos por várias cidadezinhas do sertão paulista. O pai era dentista prático. Assim sustentava sua família de seis filhos, e chegou a ser célebre na cidade. Agora, o filho daquele dentista sem diploma está prestes a se tornar presidente do Brasil. Todas as pesquisas o mostram como favorito no segundo turno da eleição, no domingo que vem.
Para cumprir sua obsessão e entrar no Exército, o jovem Bolsonaro necessitava de duas coisas que não possuía na época: dinheiro e estudos. Para o primeiro, contava com um sócio: seu melhor amigo, Gilmar Alves. “Compramos uma vara e fomos pescar para vender: todo dia a gente ia para o rio, com frio ou calor”, recorda Alves, hoje com o cabelo completamente grisalho, sentado num bar de Registro, cidade próxima a Eldorado, onde vive.

Bolsonaro com companheiros do Exército; em uma competição esportiva; e pescando.
Bolsonaro com companheiros do Exército; em uma competição esportiva; e pescando.

“E enquanto isso, estudávamos. Precisávamos nos esforçar muito porque naquela época Eldorado não tinha bons professores: o de História dava aulas de Química, sem saber muito”, afirma. “Mas o Jair é uma das pessoas mais obstinadas que conheci. Estudava 24 horas por dia. Todo mundo ia aos bailes dos clubes e nós ficávamos estudando. Ele me dizia para que eu fosse para o Exército com ele, porque os presidentes eram todos militares e ele iria ser presidente”.
O plano deu certo. Gilmar chegou a estudar Agronomia em Curitiba, e Jair entrou no Exército. Durante anos, os dois amigos mantiveram o contato. “Ele me ligava de vez em quando para pedir minha opinião”, lembra. “Escuta Gilmar, o que achamos da prostituição?’ ‘Olha Jair, é a profissão mais antiga do mundo e é preciso apoiar as trabalhadoras. É preciso repudiar os que exploram a mulher’. ‘Tá, tá. Mas é que eu estou me aproximando dos evangélicos e isso não fica bem”.
A amizade acabou se rompendo. Em abril de 2015, cada vez mais convencido de que poderia se tornar presidente, durante uma entrevista televisionada, Bolsonaro falou de seu amigo de infância, de seu companheiro de pesca. Após décadas falando bobagens homofóbicas e racistas, talvez para contrastar, dessa vez disse algo diferente: “Eu tenho um amigo gay, Gilmar, que vive em Registro”. Gilmar ficou atônito ao escutá-lo. “Eu não sou gay”, diz. A suposta revelação teve como consequência uma campanha de assédio: por WhatsApp, nos bares, na rua. “Não importa onde, alguém se aproximava e me dizia com um sorriso: ‘Como você escondeu bem isso, frutinha’, e: ‘Bom, onde tem fumaça, tem fogo”. “Eu telefonei para ele para que me desse explicações”, lembra Alves. “E ele me respondeu: ‘Mas eu não te chamei de gay”. Gilmar sabe muito bem como definir seu antigo amigo: “É um desequilibrado, que não pensa antes de falar. Primeiro faz e depois conserta, se puder. É assim que quer chegar à presidência, mas não de um sindicato e sim de um país. Revelou um caráter que eu não conhecia. O de um mentiroso”.
A aparência de Eldorado mudou desde os anos setenta. Onde existiam casas de barro e madeira, agora se erguem casas de concreto e tijolo. Surgiram parabólicas sobre os telhados. Mas continua sendo um pequeno pedaço de urbe no meio da mata. A rotina é a mesma: trabalhar, o bar, a casa. E os problemas também: um deles, como no restante do Brasil, é a desigualdade. O dono do maior restaurante do local é partidário de Bolsonaro; as duas funcionárias de sua cozinha (negras), não.
“Se esse homem vencer, os primeiros a sentir seremos nós”, diz Ditão, um homem gigante, negro, de óculos de metal. Está na plantação de bananas que é seu ganha-pão. “Nós pobres somos os mais expostos à opressão militar. Eu tinha nove anos quando a ditadura começou em 1964; um dia a polícia prendeu meu pai sem nenhum motivo. Nenhum. Sabe por que ele não foi liberado? Porque não era o dono da terra em que trabalhava. O branco”.

O MILITAR

Bolsonaro saiu de Eldorado para entrar na escola de cadetes da cidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, nos anos 70. O país vivia à época a etapa mais sangrenta da ditadura. Centenas de jovens de esquerda que se opunham aos militares foram torturados, assassinados. E enterrados em valas comuns. Muitos familiares ainda não encontraram seus restos apesar de procurá-los durante anos. Foram várias as campanhas de busca. Em seu gabinete de deputado do Congresso, em 2009, Bolsonaro tinha um cartaz em que se referia depreciativamente a uma dessas campanhas: “Quem procura osso é cachorro”.
Em seus tempos de tenente novato, Bolsonaro já revelava sua personalidade. Documentos publicados pelo jornal Folha de S. Paulono ano passado mostram que, nos anos 80, os oficiais consideravam que o jovem Bolsonaro tinha “excessiva ambição financeira e econômica”. O que o levou, entre outras coisas, a procurar ouro ilegalmente com outros militares sob seu comando.

Jair Bolsonaro com sua primeira esposa, Rogéria Braga, no dia do casamento.ampliar foto
Jair Bolsonaro com sua primeira esposa, Rogéria Braga, no dia do casamento.

Foi, entretanto, outro episódio que o tornou conhecido. Em 1986, com 31 anos, escreveu um artigo na revista VEJA em que se queixava dos baixos salários dos militares, o que, segundo ele, incentivava muitos cadetes a deixar a Academia. Foi detido pelo texto, preso durante 15 dias e sofreu um processo militar por indisciplina. Também recebeu 150 telegramas de solidariedade de todo o país e o apoio de oficiais e suas esposas.
Entusiasmado com esse apoio, elaborou um plano revelador de seu temperamento. Ainda de acordo com a VEJA, um grupo de oficiais do Exército sob seu comando planejou, em 1987, a operação “Beco Sem Saída”, que consistia em explodir bombas de baixa potência em quartéis e academias militares para protestar pelos baixos salários. O assunto foi resolvido discretamente. O Tribunal Militar absolveu Bolsonaro em 1988 de todas as acusações de indisciplina e deslealdade. Mas o à época capitão precisou deixar o Exército. E começou a mirar na política. Ele nega o episódio.

O PARLAMENTAR

Aproveitando a fama adquirida por defender as causas dos militares, conseguiu um mandato de vereador pela cidade do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 1988. “Tinha o respaldo das patentes mais baixas, mas os generais em sua maioria eram contrários a ele. Hoje dá a impressão de que sempre teve o respaldo de todos. Mas muitos militares de patente alta o chamavam de oportunista. Quando iniciou sua carreira política muitos quartéis proibiam sua entrada”, diz um coronel sob a condição de anonimato.
Dois anos depois conseguiria ser eleito pela primeira vez para um cargo nacional, como deputado pelo Rio de Janeiro, para o Congresso. Lá permaneceu durante outros seis mandatos. “Sempre foi um político individualista que consegue sua cota de popularidade graças ao seu caráter peculiar”, diz o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF). Muitos de seus discursos e algumas de suas entrevistas ficaram famosos. Nos anos 90 foi contrário às privatizações feitas pelo Governo de Fernando Henrique Cardoso e declarou que o à época presidente deveria ter sido fuzilado pela ditadura. Repetia que o regime havia errado ao não matar mais de 30.000 pessoas e que somente uma guerra civil, e não o voto, mudaria algo no país. Também apoiou grupos policiais violentos, defende a pena de morte, é partidário da redução da maioridade penal e da legalização do porte de arma. Afirma que está disposto a abarrotar ainda mais as prisões brasileiras.
Mas, em Brasília, onde exerce o cargo de deputado há 28 anos, nunca se destacou. Nunca esteve entre os cem principais parlamentares brasileiros avaliados por instituições independentes. De fato, em todos os seus anos de deputado conseguiu aprovar somente duas propostas: uma para aplicar o imposto sobre produtos industrializados também aos produtos de tecnologia e outra em que autorizava a utilização de um comprimido para curar o câncer. Do que Bolsonaro realmente gostava não era da obscura vida de um parlamentar e sim da de um político especialista na criação de polêmicas.

Imagem de vídeo feita após Bolsonaro levar uma facada no dia 6 de setembro em Juiz de Fora.
Imagem de vídeo feita após Bolsonaro levar uma facada no dia 6 de setembro em Juiz de Fora.

Seus colegas raramente o escutavam. Ele mesmo dizia que não tinha prestígio. Quando disputou a presidência da Câmara, em 2017, contra o atual presidente, Rodrigo Maia, do Democratas (DEM), só obteve quatro votos dos mais de 500 possíveis. “Eu não sou ninguém aqui. Nunca tive a honra sequer de ser o vice-líder de meu partido. Não tive porque não vou me alinhar às orientações partidárias”, afirmou em um discurso no plenário da Câmara, em 2011.

LOBO SOLITÁRIO

Era um lobo solitário que passou por sete partidos diferentes – entre os mais de 30 que agora dividem a Câmara no Brasil – e, eleição após eleição, se preocupava quase exclusivamente em defender os interesses dos seus. Dos 190 projetos de lei apresentados por Bolsonaro, 32% eram relacionados aos militares, 25% à segurança pública e somente três a assuntos econômicos, dois à saúde e um à educação. Costuma dizer que, em todos esses anos, foi mais importante evitar que certas medidas fossem votadas do que conseguir ganhar suas batalhas. Aí mistura o verdadeiro e o falso. Entre esse último, cita o “kit gay”, termo pejorativo que usa para um material que considera uma tentativa para estimular a homossexualidade, mas que, na realidade, era um projeto parlamentar desenvolvido por ONGs sob a tutela do Ministério da Educação. A pasta à época era comandada por Fernando Haddad, seu atual rival no segundo turno, e visava lutar contra a homofobia nas escolas: acabaria rejeitado pela pressão das igrejas evangélicas. “Se um menino tem um desvio de conduta quando ainda é jovem, é preciso colocá-lo de volta ao caminho certo, mesmo que seja com uma surra”, disse em 2010.
Passou por louco, por histriônico, um militar que se tornava uma piada em plena democracia. A virulência de seus discursos antigos, entretanto, é a mesma de agora. Não mudou. Propôs em plena campanha o fuzilamento dos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). Anos antes insultou uma deputada do PT dizendo que ela não merecia ser estuprada. Chegou a afirmar que é partidário da implantação de um sistema de controle de natalidade à população pobre. “Não podemos conviver com essa taxa de natalidade. É algo que, logicamente, beneficia os governos corruptos e populistas: existem mais pessoas que ajudam a se perpetuar”.
Sua participação em comissões parlamentares foi quase nula. Mas sua presença no plenário está acima da média. Nas últimas quatro legislaturas, esteve em pelo menos 90% das sessões. Quase não falta, de acordo com os registros oficiais da Câmara. Seu gabinete é uma ode aos militares. Há imagens dos ditadores do período de 1964 a 1985 e, nos últimos anos, se transformou em uma espécie de atração turística em Brasília. Não é raro encontrar admiradores fazendo fila somente para tirar uma selfie com o parlamentar – preferivelmente fazendo o gesto de atirar com as mãos – e com seu nome escrito na porta.
Tenta passar a imagem de um outsider, alguém que não possui padrinhos políticos e não tem protegidos enquanto constrói sua própria dinastia política. Três de seus cinco filhos foram eleitos para cargos legislativos: Flávio Bolsonaro é deputado estadual e senador pelo Rio de Janeiro com votação maciça. Eduardo Bolsonaro foi reeleito deputado federal por São Paulo. E Carlos é vereador pelo Rio de Janeiro.
Nas eleições de 2010 e 2014, Bolsonaro já chegou a pensar em concorrer ao Planalto, com um discurso anticorrupção e principalmente anti-PT, o que se mostraria um motor ímpar. Nunca esteve (como não está agora) entre os políticos envolvidos nos grandes escândalos de corrupção que assolaram o Brasil nos últimos anos, ainda que não escape ileso de faltas disseminadas, como explicar a incongruência de seu patrimônio e dos filhos, o uso de auxílio moradia destinado aos parlamentares mesmo tendo imóvel, por exemplo. Quando dizem que é homofóbico, misógino, machista e fascista, responde de maneira brusca: “Me chame de corrupto!”.
Mas à época não encontrou nenhum partido que o recebesse. Ele se contentou em concorrer mais uma vez para uma cadeira na Câmara dos Deputados. No dia seguinte à sua eleição, em 2014, analisou a composição do Congresso Nacional e notou que o conservadorismo havia avançado. Os representantes da bancada BBB (bala, boi e bíblia, ou seja, os que pedem a legalização das armas e que centram seus discursos na segurança, os que representam os latifundiários e pecuaristas e os deputados religiosos evangélicos). Era o momento de se aproximar ainda mais deles. Apesar de ser católico, voltou a se juntar aos evangélicos, se afiliou ao Partido Social Cristão e foi batizado por um pastor [que seria acusado de receber propina tempos depois] no rio Jordão, em Israel.
No ano passado, mudou outra vez de partido. Entrou no Partido Social Liberal, uma legenda pequena e quase desconhecida até então. Ocupou os cargos principais da sigla e tomou para si o controle do dinheiro e das subvenções. Na primeira reunião em sua casa para incorporar deputados a sua campanha, em dezembro de 2016, estavam dez colegas. Na última, em abril desse ano, mais de uma centena. “Vários deputados esperavam na calçada para poder entrar. Com tanto apoio e esse ambiente anti-PT nas ruas e nas redes sociais, me juntei a eles. O mais importante é tirar o PT do poder. O resto vemos depois”, afirmou um deputado do DEM que entrou no grupo nessa última reunião.

A IGREJA

Bolsonaro a bordo de um avião em setembro.
Bolsonaro a bordo de um avião em setembro. REUTERS / O GLOBO

Ter se casado três vezes e ter filhos desses três casamentos diferentes não o impediu de sempre elogiar o modelo de família tradicional e sua moralidade ultraconservadora para receber o apoio crucial dos eleitores evangélicos. Sabe do que fala. Sabe como falar com eles. Em 2006, em plena efervescência da era Lula, quando a economia do país crescia sob o governo daquele que foi o presidente mais popular do Brasil, um desanimado Bolsonaro conversava nos corredores do Congresso com o senador evangélico Magno Malta. Ambos lamentavam a aprovação da que ficou conhecida como “lei anti-homofobia”, que estabelecia uma série de penas para quem discriminasse outra pessoa por sua orientação sexual. “Não temos outra alternativa, precisamos criar uma candidatura”, acertaram os dois naqueles corredores. Ali nasceu a ideia de uma candidatura e de um lema hoje utilizado pelo ex-capitão: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.
Estavam quase sozinhos à época. Mas conforme a candidatura de Bolsonaro se consolidava, acabou atraindo quase todos os líderes religiosos. O fenômeno de bola de neve tomou forma. O mundo econômico decidiu se inclinar ao seu lado à medida que as pesquisas engordavam. E os empresários que antes se afastavam dele por vê-lo como grosseiro e vulgar, decidiram atravessar a linha encorajados pelo Governo liberal e a diminuição de impostos que ele promete. Os mercados também fazem campanha para Bolsonaro: a bolsa de valores de São Paulo sobe a cada pesquisa vencedora.
Seu interesse religioso estratégico conquistou apoios importantes entre o empresariado. Meyer Nigri, dono da importante construtora Tecnisa, foi um dos primeiros a declarar publicamente seu apoio a Bolsonaro em fevereiro desse ano. Justificou em uma entrevista à revista Piauí que eram cinco as razões para apoiá-lo: ser honesto, não ser de esquerda, entender de segurança pública, apoiar Israel e ser bem assessorado. Outro empresário que se uniu a ele é o controvertido Luciano Hang, dono de uma rede de lojas no sul do país, investigado por aparecer em vídeo reunido com seus funcionários alertando-os de que se o PT ganhasse ele fecharia seu negócio. O EL PAÍS mostrou em agosto que Hang usou dinheiro para ampliar o alcance de um vídeo de apoio no Facebook, o que é ilegal – ele acabou punido pelo TSE. A Folha de S. Paulo afirma que Hang faz parte do grupo que comprou serviços digitais para distribuir maciçamente mensagens falsas através do WhatsApp contra o PT.

O REI DO FACEBOOK

Bolsonaro é o rei das redes sociais em um país viciado em redes sociais. Tem sete milhões de seguidores no Facebook, página que estreou em plena jornada de protestos de 2013 e que ele faria crescer no embalo da campanha de rua e de redes contra o impeachment –enquanto a Operação Lava Jato preenchia o noticiário exibindo a elite da classe política envolvida no escândalo, que acabaria por tirar o então líder das pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva da corrida presidencial. A cifra é o dobro dos que possui, por exemplo, o centenário jornal O Estado de S. Paulo (3.740.028 seguidores). Sua campanha ocorre em boa parte pelo WhatsApp. De acordo com o Instituto Datafolha, 66% dos eleitores brasileiros consomem e compartilham notícias e vídeos sobre políticos por meio dessa rede. Muitos contratam planos de celular apenas com o serviço de mensagens por aproximadamente dez reais por mês. Recebem a notícia, mas não há Internet para checar se é verdadeira. Muitos especialistas dizem que não há nada que se encaixe tão bem com os algoritmos das redes sociais como o tribalismo, o radicalismo e o histrionismo. O estilo arrogante e insolente de toda a sua vida encontrou o caminho para se expandir. A vitória de Bolsonaro passa por aí. Por se indignar diante de todos contra os monstros que ele mesmo inventa.

3 Comentários
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