Vítimas de tortura em Jijoca vinham de bairro dominado por facção rival

A mulher de 27 anos e a adolescente de 13 anos foram agredidas física e psicologicamente por toda a noite. PMs conseguiram capturar quatro suspeitos

A mulher de 27 anos e a adolescente de 13 anos torturadas na localidade de Baixio, em Jijoca de Jericoacoara (Litoral Oeste do Estado) da noite de domingo, 29, à manhã de segunda-feira, 30, haviam chegado ao município na sexta-feira, 27.

Elas teriam sido vítimas das agressões após integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) descobrirem que as duas eram provenientes de um bairro de Fortaleza onde age a facção Guardiões do Estado (GDE).

A informação consta nos depoimentos das vítimas, aos quais O POVO teve acesso.

Conforme a oitiva da adolescente, ela estava na casa de um homem que havia conhecido em um bar de Jijoca, quando uma outra adolescente, de 15 anos, a abordou, após descobrir de onde ela vinha. Ela, então, foi conduzida a uma casa localizada em uma região de matagal.

A mulher de 27 anos com quem a adolescente havia ido à Jijoca de Jericoacoara já estava na rodoviária, esperando ônibus para voltar a Fortaleza, quando foi levada até o local da tortura por quatro pessoas, que estavam em duas motos.

Na casa, as duas passaram a ser agredidas física e psicologicamente durante toda a noite.

A adolescente afirmou que as agressões foram praticadas com um pedaço de pau, com uma pedra, assim como por chutes e murros. A jovem ainda disse ter o cabelo queimado.

Policiais militares, que receberam denúncia anônima relatando as agressões, foram até o local do crime e conseguiram libertar as duas jovens.

Conforme a PM, quatro dos agressores conseguiram fugir, mas outras quatro pessoas — dois adultos e duas adolescentes, ambas de 15 anos — foram capturadas.

Os dois maiores de idade foram identificados como Francisco Daniel de Souza, de 19 anos, e Antônia Vitória de Araújo, de 18 anos.

Os suspeitos negaram envolvimento com o crime. Em depoimento, eles disseram que apenas estavam passando em frente ao local onde as vítimas estavam sendo torturadas quando foram abordados pelos PMs.

Fonte: O Povo Online