A culpa é de quem? Trump volta a El Paseo com mais uma volta em suas afirmações

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se encontrar em um mar de declarações apontadoras. No último sábado (3), um atirador identificado como um homem branco de 21 anos que foi preso após o atentado, invadiu um supermercado da rede Walmart, em El Paso, e fez 22 vítimas, entre 2 e 82 anos.

O que se passa para além do massacre é a necessidade do presidente americano estabelecer culpados. Em maio deste ano o presidente dos Estados Unidos com um discurso inflamado contra imigrantes na cidade texana de El Paso , nesta quarta-feira, 7, o republicano voltará à cidade que faz fronteira com o México para prestar condolências aos 22 mortos de um massacre causado por um supremacista branco.

Desde que assumiu a presidência, essa é a primeira vez que Trump culpa o racismo por atentados, porém, antes de tal afirmação o presidente apontava o dedo para videogames e jogos que ele acusava como ‘violentos’.

Devido ao recente tiroteio em El Paso, Donald Trump deu outra declaração na manhã da última segunda-feira (5) culpando os videogames por contribuir pela “glorificação da violência” na sociedade americana. 

Em resposta ao presidente estadunidense, a Entertainment Software Association (ESA), associação comercial da indústria de videogames dos EUA, apresentou argumentos que refutam as falas de Trump.

Mais de 165 milhões de americanos jogam videogames, e mais de bilhões ao redor do mundo fazem o mesmo. Mesmo assim, outras sociedades que jogam avidamente videogames, não mostram o nível trágico de violência que acontece nos Estados Unidos. […] Videogames contribuem para a nossa sociedade com tipos específicos de terapias, avanços médicos, ferramentas educacionais, inovação nos negócios e muito mais

Além disso, o CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, também comentou sobre a declaração que voltou a gerar debates sobre o assunto.

Em nome de todos aqui na Take-Two, estamos enojados e tristes com essa tragédia. Mas culpar um tipo de entretenimento é irresponsável e, principalmente, desrespeitoso com as vítimas. Entretenimento é consumido mundo afora. É o mesmo mundo. Violência com armas de fogo é algo unicamente americano e precisamos nos focar nos verdadeiros problemas

A discussão sobre videogames parece um assunto mais sério para Trump do que supremacistas, a facilidade de adquirir armas e armas de alto calibre nos Estados Unidos e o número de atentados que o país coleciona em ambientes públicos como escolas, ruas e até mesmo em uma exibição de um aclamado filme no cinema.

O Brasil também já teve seus dedos apontados para os videogames, dessa vez por um deputado do PSL, que tentou com um projeto de lei proibir a comercialização de jogos violentos.

Mas afinal, é mais fácil responsabilizar jogos eletrônicos do que uma forte indústria de armas e fios e fios de lucros por cima da cultura americana da ‘proteção’ por baixo de fogo? O que parece ao presidente Donald Trump que tudo pode ser movido para que não seja tocado uma agulha em suas crenças e ideologias. Não há um estudo ou vontade para pesar na balança o que de fato a política de livre acesso a armas de fogo causa ao país que defende o armamento como uma forma prestigiar a liberdade, mas pretende atacar meros jogos eletrônicos para que o comércio bélico não seja afetado.