A polícia brasileira apoia o crime?

A relação entre a polícia brasileira e o crime é complexa. Por um lado, a polícia desempenha um papel fundamental no combate ao crime e no apoio às vítimas. Por outro lado, tem havido muitos relatos de corrupção policial ou de apoio ao crime organizado. Este problema não é novo; um estudo internacional realizado pela br.depositphotos.com mostram que muitos serviços policiais em todo o mundo têm uma imagem pública negativa porque estão frequentemente associados à corrupção, ao abuso de poder e ao apoio ao crime organizado. No Brasil, a situação é exacerbada por factores como o contexto socioeconómico e o legado histórico de violência em algumas regiões. No entanto, vemos que a situação está a mudar para melhor. A transparência aumentou através da tecnologia e de programas de sensibilização social, e as atitudes dos jovens recrutas, que querem trabalhar para o bem em vez de serem corrompidos por oficiais mais velhos, mudaram.

Qual é a situação atual das forças policiais brasileiras?
A história do policiamento no Brasil é marcada por vários períodos nos quais o papel da polícia foi reprimido ou fortemente influenciado pela política. Embora o campo tenha progredido significativamente desde o início do século 20, muitos obstáculos permanecem. Os serviços policiais no Brasil são administrados em nível municipal, o que cria desafios para a consistência da política nacional. A falta de um padrão nacional para o treinamento e a implantação da polícia agrava o problema, levando a um serviço desigual em todo o país. Ao mesmo tempo, há muitos aspectos positivos do policiamento brasileiro. O país tem uma baixa taxa de criminalidade em comparação com outros países, com uma taxa global de homicídios de cerca de 10 por 100.000 pessoas (comparado com cerca de 5 por 100.000 nos Estados Unidos e 0,8 por 100.000 no Canadá). A polícia brasileira também é responsável por uma alta proporção de prisões relacionadas ao crime organizado. Entretanto, o público tem pouca confiança na polícia, uma situação que ameaça a segurança pública. Uma pesquisa de 2017 com adultos brasileiros constatou que 65% dos entrevistados não confiavam na polícia, enquanto apenas 17% dos entrevistados expressaram alta confiança na polícia.

Corrupção e crime organizado
Tem havido vários casos de alto nível de colaboração de policiais brasileiros com grupos criminosos, especialmente no Rio de Janeiro. Em 2014, um policial do Rio, que era uma figura de destaque na luta contra o tráfico de drogas, foi pego liderando uma gangue criminosa, incluindo vários outros policiais. Várias outras cidades, incluindo São Paulo e Brasília, também experimentaram casos de corrupção policial e de colaboração com o crime organizado. Alguns críticos sugerem que o problema não é um incidente isolado de má conduta policial, mas uma questão estrutural significativa dentro da força policial. Não há dúvida de que a corrupção nas fileiras policiais tem sido comum na sociedade brasileira. Embora os pesquisadores discordem sobre o nível exato de corrupção, eles concordam que se trata de um problema significativo.

Falta de transparência e desconfiança do cidadão
A transparência é crucial para manter a confiança do público nos serviços policiais. No entanto, há várias áreas onde falta transparência. Em particular, muitos argumentam que o processo de seleção e promoção dos policiais não é transparente. Isto leva à preocupação de que as promoções sejam baseadas em considerações políticas, ao invés de mérito real. Uma vez que muitos policiais trabalham em tempo parcial e ganham renda extra com empregos secundários, o público muitas vezes desconfia de sua capacidade de agir independentemente de seus empregadores privados. Por exemplo, um policial pode estar trabalhando em um turno regular em uma delegacia, mas também estar de plantão para responder a uma emergência no local de trabalho de seu empregador particular. Muitos desses casos refletem uma tentativa de ganhar uma segunda renda, e não são necessariamente indicativos de comportamento corrupto. Entretanto, em alguns casos, o público pode perceber um conflito de interesses e uma falta de imparcialidade. Isto é especialmente verdadeiro em áreas onde os policiais podem ter interesse no resultado de uma situação particular.

Immotivação policial e altas taxas de rotatividade
Muitos policiais brasileiros são mal pagos, o que leva a uma baixa motivação e altas taxas de rotatividade. Em 2016, uma pesquisa com policiais brasileiros constatou que apenas 22% dos entrevistados estavam satisfeitos com seu salário, enquanto 64% achavam que mereciam mais. Em muitas áreas, os policiais ganham menos do que o salário mínimo, o que pode ser problemático em alguns casos, visto que o salário mínimo do Brasil muitas vezes não é suficiente para cobrir as despesas básicas de subsistência. Além disso, os policiais brasileiros freqüentemente trabalham longas horas, incluindo noites e fins de semana. Isto pode ser problemático para as agências policiais que dependem de policiais em tempo parcial, que podem não ser capazes de trabalhar em outros empregos se estiverem de plantão para o trabalho policial em todas as horas do dia e da noite.

Soluções para combater este problema
A solução para estes problemas é complexa. Embora pesquisas tenham sugerido que o aumento dos salários pode ser uma abordagem para combater a immotivação da polícia, é claro que melhorar a transparência e a confiança do público também é essencial. Isto pode ser alcançado pela implementação de novas tecnologias, como as câmeras corporais, que demonstraram aumentar a transparência ao mesmo tempo em que melhoram as relações entre a polícia e a comunidade. A implementação de novas tecnologias, como a inteligência artificial, também pode ajudar a resolver questões relacionadas à transparência e ao desinteresse. Entretanto, novas tecnologias devem ser implementadas de forma a garantir que sejam transparentes e confiáveis; caso contrário, podem exacerbar a desconfiança na força policial em vez de abordar os problemas subjacentes.

Conclusão
A história do Brasil com o crime e a corrupção policial é longa e complexa. No entanto, houve melhorias significativas nos últimos anos. A introdução de novas tecnologias, bem como novas formas de pensar sobre policiamento e aplicação da lei, estão ajudando a melhorar a transparência e a confiança na polícia. A relação entre a polícia brasileira e o crime é complicada. Por um lado, a polícia desempenha um papel fundamental no combate ao crime e no apoio às vítimas. Por outro lado, tem havido muitos relatos de corrupção policial, ou de apoio ao crime organizado. O problema não é novo; pesquisas internacionais mostram que muitos serviços policiais em todo o mundo tendem a ter uma imagem pública negativa, pois são frequentemente associados à corrupção, abuso de poder e apoio ao crime organizado. No Brasil, a situação é exacerbada por fatores como o contexto socioeconômico e o legado histórico de violência em algumas regiões. No entanto, podemos ver que as coisas estão mudando para melhor. Tem havido um aumento da transparência através da tecnologia e programas de conscientização social, bem como uma mudança de atitude por parte dos recrutas mais jovens que querem trabalhar para o bem ao invés de serem corrompidos por oficiais mais velhos.