Bolsonaro será preso? Veja tudo o que se sabe até agora sobre o ex-presidente
Frente a uma série de suspeitas relacionadas a joias omitidas e aos atos golpistas de 8 de janeiro, Bolsonaro encara a possibilidade de ser preso nos próximos dias. Veja tudo o que se sabe até o momento sobre o ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) será preso? O ex-presidente enfrenta uma série de suspeitas desde o começo de agosto. A mais recente veio com o depoimento, à CPMI dos atos golpistas, do hacker Walter Delgatti Neto, que afirmou ter recebido oferta de indulto por Bolsonaro para invadir o sistema das urnas eletrônicas.
Em Goiás nesta sexta-feira, 18, para ser homenageado em evento, Bolsonaro já chegou a dizer, ainda durante sua gestão presidencial, que “nunca seria preso”. No entanto, os desdobramentos recentes podem levar à prisão do ex-presidente, pois cresce a suspeita de ação golpista por parte dele.
Bolsonaro preso: hacker revela possíveis indulto e grampo
A deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara estavam presentes, no Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro ofereceu indulto para Walter Delgatti invadir o sistema das urnas eletrônicas na tentativa de expor alguma vulnerabilidade. É o que aponta Delgatti em depoimento na CPMI.
“A ideia ali era eu receber um indulto do presidente. Ele havia concedido indulto ao deputado e como eu estava investigado pela (operação) Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto”, disse o hacker durante sessão da CPMI dessa quinta-feira, 17 de agosto.
Além disso, Bolsonaro teria implantado um grampo ilegal em Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente precisava que Delgatti assumisse a culpa pelo crime. “Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro”, afirmou o hacker.
No rol das ilegalidades, Zambelli ainda teria pedido que Delgatti invadisse o e-mail de Moraes. Também teria partido da deputada o pedido para ele invadir os sistemas de órgãos do Poder Judiciário, o que culminou em sua prisão.
A defesa de Bolsonaro informou que vai entrar com uma queixa-crime contra o hacker por “informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova”. Ao longo de oito horas de depoimento, Delgatti não apresentou documentos ou qualquer material que comprovasse as acusações.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) estava presente na conversa de Bolsonaro com o hacker sobre invadir o sistema das urnas eletrônicas
Bolsonaro preso: Flávio admite conversa com hacker
Durante seu questionamento ao hacker, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acabou admitindo, ainda que indiretamente, que seu pai encontrou Delgatti no Palácio do Alvorada. “As conversas sempre foram no sentido de instruir o TSE. Para mostrar: TSE dá para melhorar a segurança das urnas”, disse ele.
Delgatti respondeu a todas as perguntas de Flávio dizendo que ficaria em silêncio, como fez com o senador Marcos Rogério (PL-RO). O silêncio só foi adotado durante os questionamentos da oposição.
Bolsonaro preso: ainda tem as joias
Desde março deste ano, repercute no País o caso das joias que o ex-presidente tentou trazer para o território nacional de forma ilegal. A justificativa dada pelos integrantes da gestão é que os acessórios de luxo eram presentes do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Os itens foram encontrados na mochila de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não foram declarados à Receita Federal como item pessoal, visto que, caso fosse, o pagamento de impostos seria obrigatório.
Para obter a isenção do pagamento de impostos, as joias teriam de ser declaradas como presente ao Estado brasileiro e, consequentemente, ficariam sob domínio da União, não com Michelle. Diante de tudo, levanta-se a investigação com a hipótese de os itens terem sido negociados, além de omitidos, para enriquecer Bolsonaro.
Já em agosto, a Polícia Federal (PF) apontou que assessores venderam nos Estados Unidos bens que o ex-presidente recebeu de presente de países estrangeiros. Isto ensejou que Alexandre de Moraes autorizasse a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e de Michelle.
As joias foram avaliadas em R$ 5,1 milhões pela PF. O conjunto de diamante da marca suíça Chopard foi avaliado em R$ 4 milhões. O relógio vale em torno de R$ 1 milhão, segundo a perícia. A PF apura se houve crime de peculato — uso do cargo para desviar recursos ou bens públicos.
Ao todo, 112 parlamentares já assinaram documento que prevê a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso das joias. O intuito da comissão é apurar o desvio e venda dos objetos de alto valor patrimonial. Até o momento, cinco cearenses assinaram.
Fonte: O Povo