Liderança do PT Ceará, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse, em entrevista realizada nesta segunda-feira (26), que quer atrair legendas que atualmente estão fora do arco de alianças petista. Citando nominalmente o União Brasil, ele salientou que existem nomes da sigla dispostos ao diálogo. O político ainda comentou sobre a possibilidade da sua agremiação ter candidatura única na eleição para presidência do diretório estadual.
A declaração de Camilo sobre a ampliação das alianças no estado aconteceu após ele ter sido questionado acerca dos movimentos do Progressistas e do Podemos, partidos políticos que estão da base do Governo Elmano, e que podem se unir a legendas adversárias, já que o PP estuda uma federação com o União Brasil e o Podemos negocia uma fusão com o PSDB.
“Vamos dialogar com todos aqueles que querem e acreditam no projeto que tem dado resultados importantes para o Ceará”, respondeu o petista. “Tenho disposição para dialogar, inclusive com partidos que hoje não estão na base, como o União Brasil, por exemplo”, pontuou em seguida, alegando que o mesmo “tem sido muito simpático”.
Ao argumentar o eventual elo com o União Brasil, o cearense discorreu que ele ocupa ministério e está na base do Governo Lula. Por ele ter se juntado ao Progressistas, um aliado no estado, o ministro revelou “o interesse em discutir com os dois a possibilidade da construção desse projeto coletivo aqui no Ceará”.
“Hoje a deputada [federal] Fernanda [Pessoa] tem interesse em dialogar, o próprio deputado federal Moses [Rodrigues] tem se colocado à disposição para dialogar, tenho conversado com o presidente nacional do partido, o [Antônio] Rueda”, listou.
Dialogado admitido
Fernanda Pessoa, por meio de sua assessoria, confirmou o interesse. “Estou nessa tentativa”, declarou. “Os tempos que se avizinham são desafiadores para todos os governos. Os recursos federais, que são fundamentais para estados e municípios, estão sofrendo um enfraquecimento diante das crescentes despesas do governo federal”, justificou.
“Por isso, defendo a união dos grandes partidos em torno de um projeto comum para fortalecer o Ceará, sobretudo nas tratativas do Orçamento da União. É hora de responsabilidade institucional e de colocar os interesses do povo cearense acima de disputas políticas”, realçou.
A reportagem também contatou o gabinete de Moses e a assessoria de comunicação do Diretório Nacional do União Brasil, para obter manifestações sobre o assunto. Não houve devolutiva alguma até a publicação desta matéria. O conteúdo será atualizado caso haja uma resposta.
Eleição do PT
Quanto ao ambiente interno do Partido dos Trabalhadores no Ceará, Camilo revelou seu voto na reeleição do atual presidente Antônio Filho, o “Conin”, e advogou por uma “unidade partidária”. “A ideia é que a gente possa ter uma chapa única. Espero que, inclusive, a própria ala ligada à ex-prefeita Luizianne também possa fazer parte dessa composição”, articulou.
Para a Executiva Nacional, Camilo Santana disse que seu apoio é do candidato Edinho Silva. “Vamos trabalhar para que, também no Ceará, como tem um percentual importante de filiados, comparado com outros estados brasileiros, então o peso do Ceará é importante nessa eleição, vamos trabalhar para que a gente possa dar uma grande maioria”, indicou.
Perguntado como as tratativas para unificação da candidatura do PT Ceará poderá acontecer, ele explicou que a intenção é que “Conin” dialogue com a chapa adversária, encabeçada pela vereadora fortalezense Adriana Almeida, para “construir uma unidade partidária nessas eleições”. A votação ocorrerá no dia 6 de julho.
Procurada, Adriana Almeida admitiu que seu agrupamento, o Campo de Esquerda, “está reunido durante o dia de hoje” para dialogar sobre a proposta de unificação. “Mas não definimos nada ainda”, adicionou.
Fonte: Diário do Nordeste