Ceará é o estado com maior número de equipes finalistas da Olimpíada de História

O Ceará alcançou, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar entre os estados brasileiros com mais equipes finalistas na Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB). Os resultados da convocatória para a fase final, a ser realizada nos dias 26 e 27 de agosto na Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo, foram divulgados nesta sexta-feira, 23. Ao todo, das 340 equipes aprovadas este ano, 105 são cearenses. Na edição anterior, foram 83 equipes do Estado, das 320 convocadas.

Dos grupos finalistas cearenses, oito deles foram orientados pelo professor de História da rede estadual, lotado desde 2012 na Escola de Ensino Médio Dr. César Cals, e mestre em Ensino de História, Acácio Simões. Com seis anos participando da olimpíada, desde 2019, de forma ininterrupta, a escola onde ele trabalha vem conseguindo garantir equipes finalistas.

“É um feito e tanto se considerarmos a dura concorrência que há nessa Olimpíada. Neste ano, oito equipes, ou seja, 24 estudantes foram convocadas para a final da ONHB — um recorde para nossa escola. Foram 58 equipes inscritas desde a primeira fase e chegamos com 46 delas na semifinal — fato igualmente gigante. Sobre as finalistas, para se ter uma ideia, haverá mais equipes da nossa escola na final do que de outros 19 estados do Brasil”, destaca o professor.

Acácio analisa que diversos fatores justificam os altos índices de aprovações do Ceará na ONHB, entre eles, o apoio que há, inclusive, na rede de escolas particulares às olimpíadas como um todo. Para ele, esses números de sucesso compõem um quadro maior de valorização da educação no Estado, especialmente da educação pública. E salienta que as políticas públicas educacionais vêm avançando bastante nos últimos anos, mas “podem — e devem — avançar ainda mais”.

“No caso específico da ONHB e de outras olimpíadas de humanas, como a Olimpíada de Ciências Humanas do Estado do Ceará (OCHE), entendo que pesa bastante para esses números as gerações de professoras e professores que foram bem formados em nossas universidades públicas – e quando me refiro à boa formação, estou considerando inclusive uma série de vivências profissionais, acadêmicas, culturais e políticas que a universidade pública propiciou a esses colegas. Foi na universidade pública que reconheci o valor da pesquisa, do trabalho coletivo e da educação – pontos fundamentais em olimpíadas como a ONHB”, ressalta Acácio.

Construindo as próprias histórias

São cerca de seis semanas de olimpíada (sem contar com a final), cada uma com uma fase. Para conquistar as vagas, Acácio explica que foram realizados encontros semanais no contraturno dos alunos. Na EEM Dr. César Cals, já existe uma cultura olímpica estabelecida, o que, segundo ele, torna muito mais fácil o engajamento dos estudantes.

Uma das alunas das equipes finalistas da escola foi Amanda Ferreira, de 16 anos, estudante do 3° ano do ensino médio. Ela conta que nunca tinha passado por uma vivência como a que a ONHB a proporcionou. Integrante da equipe “Crias do G”, nome dado em referência à turma em que estuda, recebeu a notícia da aprovação na madrugada desta sexta-feira, 23.

“O momento da descoberta foi muito bom, eu acordei de madrugada e vi que o resultado tinha saído. Foi um misto de sensações incríveis. Todos os momentos que eu passei na ONHB foram muito bons e saber que todo o nosso esforço foi recompensado é uma sensação indescritível. A cada fase que a gente passava era uma alegria e cada vez mais a gente só chegava mais perto da final. Agora, aqui estamos, prontos para representar a nossa escola pública com muita força”, relata Amanda.

Outro aluno de uma das equipes finalistas da EEM Dr. César Cals é Renan Rodrigues, de 17 anos, também estudante do 3º ano do ensino médio. Ele comenta que a sua equipe, intitulada “Making Our History” (“Fazendo a Nossa História”, em português), recebeu a notícia da classificação de forma inesperada, assim que soube que o resultado tinha saído ele diz ter corrido para avisar aos demais membros da equipe.

“A ONHB sem dúvidas acrescenta muito na vida acadêmica de todos os que participam, assim como acrescentou bastante na minha, criou vários questionamentos e, consequentemente, muitos ensinamentos durante todas as fases de pesquisa”, diz o estudante.

O docente Acácio, que orientou ambas as equipes, diz estar contente com os resultados obtidos até aqui. “Pessoalmente, contribuir para que estudantes de escola pública alcem voos tão altos por meio do estudo é algo transformador. Dá um sentido todo especial à minha prática profissional e ao valor que os alunos dão aos estudos também”, conclui.

Fonte: O Povo

 

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.