Moro afirma que prefere ser alvo dos ataques do Bolsonaro do que ser seu “cúmplice”

O ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) afirmou nesta quinta-feira, 9, durante entrevista à Rádio Tupi, que preferiu ser alvo dos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores do que ser “cúmplice” ao deixar o cargo de ministro da Justiça, em abril de 2020.

O ex-juiz disse que, ao contrário do que tinha sido prometido pelo presidente, ele percebeu que não ia ter carta-branca para combater a corrupção e fazer o seu trabalho. “Mas fui ficando [no ministério] porque acreditei que era possível fazer alguma coisa ainda. Até que chegou em um limite, que ele tomou aquela decisão de interferir na PF, aí eu falei: ‘agora não posso ficar mais’. Agora é escolher ser alvo de ataques do grupo dele ou ser cúmplice dele. Eu prefiro ser alvo”, disse Moro.

Em março de 2020, Moro anunciou, durante coletiva de imprensa, que iria abandonar o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro. A decisão aconteceu após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União.

À época, Moro disse que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal. Bolsonaro prestou depoimento no início de novembro e negou qualquer interferência no órgão. O ex-juiz explicou que percebeu “progressivamente” que o presidente não apoiava suas pautas quando estava no Ministério da Justiça, e classificou a atitude de Bolsonaro como uma “sabotagem” ao seu trabalho.

Fonte: OPovo

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